CULTURA
Museu expõe trabalhos do 'inventor do cordel' em Campina Grande
Em Campina Grande, Museu dos Três Pandeiros celebra os 150 anos do cordelista Leandro Gomes de Barros e abre mais duas mostras.
Publicado em 22/12/2015 às 8:55
A resolução de Ano Novo do Museu da Arte Popular da Paraíba (Mapp-UEPB), mais conhecido como o Museu dos Três Pandeiros, em Campina Grande, já foi concretizada antes do término de 2015. “A ideia das três novas exposições permanentes é redescobrir a cultura popular nordestina. Passado e presente juntos para um futuro mais culturalmente rico”, comentou Joseilda Diniz, a curadora da mostra Leandro Gomes de Barros.
A exposição entra como uma das principais desta repaginação. A coleção celebra os 150 anos do cordelista Leandro Gomes de Barros (1865-1918), paraibano considerado o principal nome da literatura popular. “Leandro é tido como inventor do cordel. Não que fosse o único escritor, mas ele foi quem passou a sistematizar, publicar e criar uma rede de distribuição de literatura de cordel no século 20”, explicou Joseilda.
Num ambiente ilustrado pelo pernambucano Jô Oliveira, cerca de mil folhetos farão parte do acervo, sendo 600 deles de assinados pelo artista paraibano. “Uma parte interessante da história desses livretos é que várias publicações do cordelista foram editadas por outras pessoas e são creditadas a diferentes artistas. Isso tudo está presente na exposição”.
Neste primeiro momento da mostra, serão mais de 150 documentos autênticos de autoria de Gomes de Barros entre reedições e folhetos raros, com histórias como Juvenal e o Dragão e A Mulher Roubada. Bimestralmente, novos objetos e livretos serão expostos, tanto edições feitas ainda quando o autor era vivo, datadas do começo do século 20, quanto obras publicadas postumamente.
Outras manifestações que fazem parte da cultura popular nordestina ganham lugares no Mapp. Jackson do Pandeiro (1919-1982) abre o espaço para Marinês (1935-2007) e deixa o público conhecer mais sobre a 'Rainha do Forró e do Xaxado' no espaço dedicado à música. A curadoria ficou por conta de Fernando Moura, um dos biógrafos de Jackson.
Roupas de cena e acessórios que a artista pernambucana usava em shows, além de prêmios e a audição da sua discografia estão à disposição do público no museu.
Para finalizar, a arte primitiva nordestina é o carro-chefe da exposição assinada pelos artistas plásticos Chico Pereira e Angelo Rafael. Raízes do Futuro apresenta um mapeamento do artesanato paraibano, de cada espaço que configura tal cultura. Parte do acervo pertencia à mostra anterior, que foi reduzida e renovada para um melhor aproveitamento do público.
Os objetos foram cuidadosamente selecionados com o objetivo de imergir nas manifestações populares locais presentes no artesanato em barro, cerâmica, raizeiros e rendas. Um destaque desta parte do museu é a instalação Espaço da Fé, onde sincretismo e transições das representações artísticas se encontram.
“A visita relembra o percurso que seguimos em uma feira. Cheiros, cores, sabores do Nordeste. Ver isso é entrar no âmago da nossa cultura”, apontou Joseilda Diniz.
FESTIVIDADES
Hoje e amanhã, o Mapp funciona das 9h às 19h e fechará nos dias 24 e 25, época natalina. As atividades voltam normalmente no próximo sábado e domingo. As portas se fecham na segunda para manutenção, e abrem novamente na próxima terça-feira.
As exposições do Museu dos Três Pandeiros param no dia 31 e voltam em 5 de janeiro. O funcionamento então ocorre de terça a sábado, das 13h às 19h, e aos domingos das 14h às 18h. As mostras devem continuar até 2016, paralelamente a outros eventos no Mapp.
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