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COTIDIANO

Menino que matou mãe e irmão, em Patos: psicóloga fala de vício em telas e como lidar

Limitação do uso do celular foi citado pelo adolescente como motivação para ato infracional, que matou mãe e irmão mais novo. JORNAL DA PARAÍBA procurou uma psicóloga infantil e escolar para comentar os impactos do vício em telas.

Publicado em 22/03/2022 às 18:47


                                        
                                            Menino que matou mãe e irmão, em Patos: psicóloga fala de vício em telas e como lidar
Casa da família que teve mãe e filho menos mortos em Patos. Foto: TV Sol.

O menino de 13 anos que matou a tiros a mãe e o irmão mais novo, de sete anos, além de ter deixado o pai gravemente ferido, confessou à polícia que cometeu o ato infracional por ter sido impedido de usar o celular e receber cobranças com relação às notas escolares. O caso aconteceu em Patos, no Sertão, no último sábado (19).

Casos como esse levantam discussão sobre o que pode ser feito para evitá-los. Há muitos fatores envolvidos, mas como a questão do uso do celular foi citado pelo adolescente como motivação para o ato infracional, o JORNAL DA PARAÍBA procurou uma psicóloga infantil e escolar para comentar os impactos do vício em telas, bem como sinais e melhores formas de lidar com problemas emocionais. Kísia Rebeca  é psicóloga Clínica e Escolar, com especialização em psicopedagogia. “A gente não vai julgar essa família em si. A gente vai tentar ajustar o contexto familiar completo da família brasileira. Então é preciso ter equilíbrio”, afirma a psicóloga.

O vício em telas tem sido um problema entre crianças e adolescentes no Brasil. De acordo com uma pesquisa internacional, da Lenstore, publicada em outubro de 2021, o país é o terceiro do mundo em dependência de telas, ficando atrás somente dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes. Além de questões físicas, como riscos à visão e coordenação motora, a exposição alta a telas é viciante e pode trazer consequências ao psicológico de crianças e adolescentes.

A psicóloga Kísia Rebeca explica que crianças e adolescentes devem ter períodos de tempo limitados e supervisionados de acesso a telas. Até os dois anos de idade, a orientação é zero exposição, inclusive a televisores e tablets. De dois a cinco anos, a recomendação é de no máximo uma hora. Já a partir dos cinco, até os dez anos, o tempo limite é de duas horas por dia. Ela explica que na adolescência esse tempo pode ser maior, mas ainda limitado a três horas. “Deixar virar a noite jogando não é legal”, completa.

Kisia também ressalta a importância da supervisão dos pais. “O pai tem que tá indo lá, tem que tá vendo histórico, tem que tá ligado com quem essas crianças estão falando”.

Sinais do vício em telas

Como perceber se uma criança ou adolescente está viciada em telas? Kísia Rebeca explica que os principais sinais são a preocupação excessiva em ficar sem o celular, a necessidade de utilizar por um tempo cada vez maior, irritabilidade, desânimo e ansiedade.

“É como uma droga, você vê que ele exibe mesmo esforços para conseguir esse tempo a mais. A irritabilidade é muito frequente, a impaciência. A ansiedade quando a criança fica sem bateria ou sem internet. O desânimo quando está longe de telas. Tudo isso tem a ver com abstinência”, explica.

Para lidar com a situação, segundo Kísia, é necessário que os pais tenham empatia e tratem o problema de forma realista. “Não tomar uma atitude radical. 'Agora meu filho não vai de jeito nenhum jogar, passar uma semana sem jogar'. Ele vai ter uma abstinência, se ele tiver vício. Você não tira, por exemplo, um cigarro de um viciado de um dia para a noite. Até uma medicação psicotrópica precisa ter um desmame”.

Como responsáveis podem lidar

A psicóloga diz que é preciso estabelecer um equilíbrio para não cobrar as crianças ou adolescentes de forma excessiva, mas também não deixá-las sem limites. A chave, segundo ela, é o diálogo estabelecido de forma gradual.

“Não é hoje que você vai chegar, vai sentar e a criança vai se abrir. É uma construção diária. Não adianta o pai ou mãe, trabalhar a semana inteira, dar telas para as crianças e no final de semana querer conversar. É uma construção diária, seja no almoço, no jantar. Se essa atenção for de qualidade, a criança vai se sentir com abertura para estar falando. Principalmente, se ele sabe que o adulto vai abraçar as emoções dele e não julgar”.

As crianças e adolescentes não possuem maturação cerebral, por isso, a regulação das emoções não está completa. Como eles tendem a repetir atitudes do meio em que vivem, os pais precisam aprender inteligência emocional.

“Não adianta o pai dizer 'ó você tem que fazer assim fulano', se ele não faz. É importante que esses pais estejam procurando ajuda para si próprios. Fala-se muito 'criança tal é difícil', mas a gente não fala em adulto difícil”, explica Kísia Rebeca.

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Jornal da Paraíba

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