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COMUNIDADE

Cerca de 700 famílias deixam de pagar aluguel à família que era única proprietária de moradias de Rio Tinto

Residências foram desapropriadas no último dia 24, por meio do Decreto Estadual nº 42.345. MPF atua no caso desde 2014.

Publicado em 29/03/2022 às 19:04


                                        
                                            Cerca de 700 famílias deixam de pagar aluguel à família que era única proprietária de moradias de Rio Tinto
Cerca de 700 famílias deixam de pagar aluguel à família que é a única proprietária de quase todas as moradias de Rio Tinto.

Foi assinado na última quinta-feira (24), no ginásio poliesportivo do Sesi, em Rio Tinto, município localizado no litoral norte da Paraíba, um decreto estadual que garante a desapropriação das residências pertencentes à família Lundgren, detentora da Companhia de Tecidos Rio Tinto, antiga fábrica desativada no município.

A desapropriação, no valor de R$ 23,5 milhões, é resultado de longa negociação intermediada pelo Ministério Público Federal (MPF), desde 2014. Na época, o então procurador regional dos Direitos do Cidadão, José Godoy, foi informado pela Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) que as moradias no município pertenciam quase que exclusivamente a uma pessoa jurídica, violando direitos humanos, como o direito à moradia.


				
					Cerca de 700 famílias deixam de pagar aluguel à família que era única proprietária de moradias de Rio Tinto
Família se reúne para assinatura do decreto. — Foto: Reprodução MPT. Família se reúne para assinatura do decreto. — Foto: Reprodução MPT

Decreto põe fim a mais de um século de arrendamento

O caso remonta ao início da década de 1910, quando a família sueca Lundgren instalou-se no litoral norte, oportunidade em que fundou a companhia de tecidos que levou o nome do município. A pretexto de proporcionar moradia aos funcionários da fábrica, construiu milhares de casas e as destinou, inicialmente, aos funcionários, mediante retribuição financeira à família (aluguel). Assim, a quase totalidade das residências em Rio Tinto pertenceu aos Lundgren por mais de um século, até a assinatura do decreto de desapropriação.

O decreto define que a Cehap realizará o levantamento das famílias que se enquadrem nos critérios de moradia pré-definidos: residir há, pelo menos, cinco anos em Rio Tinto; não possuir imóvel próprio e se encontrar em moradia de aluguel na data do decreto; receber até três salários-mínimos de renda e, por fim, estar assentada em áreas exclusivamente residenciais.

Moradores comemoram: "a maior felicidade"

Niedja Maurício, de 51 anos, é “inquilina” há 31 anos. Antes dela, a família já pagava aluguel por mais 30 anos. A moradora destacou que o decreto é "a maior felicidade do mundo" e crê que a data de 24 de março será feriado no município nos próximos anos. Acrescentou que seus pais e avós trabalharam na fábrica dos Lundgren e "eram humilhados".

Já Severino Ramos, de 60 anos, reside no município com sua mãe, responsável pelo pagamento do aluguel à família Lundgren. Porém, há oito anos deixou de pagar aluguel. Uma briga que, agora, é ganha pela família. .

Governo Federal negou recurso

A presidente do Cehap, Emilia Lima, disse que a demora na resolução do conflito se deu pelo fato de os recursos por parte do Governo Federal nunca terem sido destinados, sendo-lhes negados repetidas vezes, inviabilizando a desapropriação. Diante desse cenário, o Governo do Estado resolveu arcar com a desapropriação de todas as casas.

A presidente da Cehap solicitou que as escrituras de posse dos imóveis fossem lavradas no nome das mulheres moradoras de cada residência.

O procurador da República, José Godoy, destacou a participação ativa da comunidade, sempre presente nas várias reuniões realizadas ao longo dos anos, em busca dos seus propósitos. Também salientou o protagonismo do povo potiguara, envolvido na luta pela propriedade dos imóveis residenciais.

Garantia de regularização

Na oportunidade, foi assinado também o Termo de Obrigação e Compromisso entre o Estado da Paraíba, por meio da Cehap, Ministério Público Federal e a Companhia de Tecidos Rio Tinto, para a regularização dos demais imóveis que se adequem aos limites estabelecidos na portaria da Cehap e no decreto do Governo do Estado, entre eles o bairro de Salema, que se fez bastante presente no evento. Dessa forma, cerca de 100% dos imóveis em situação análoga àqueles 700 beneficiados inicialmente poderão receber também a escritura de posse.

Confira a íntegra do decreto de desapropriação.

Imagem

Jornal da Paraíba

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