VIDA URBANA
Chuva deixa o trânsito lento em João Pessoa
Secretaria Municipal de Infraestrutura registrou 14 pontos de alagamentos; 31 áreas de risco da cidade estão sendo monitoradas.
Publicado em 15/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 18/07/2023 às 14:32
As chuvas registradas na Paraíba entre a noite da última quinta-feira e a madrugada de ontem causaram transtornos para a população. Em João Pessoa, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) registrou 14 pontos de alagamentos, o trânsito ficou lento ou parcialmente interditado em várias ruas e avenidas da capital.
Já no Sertão da Paraíba, a cidade de São Bento, que registrou 98 milímetros (mm) de índice pluviométrico, o maior em todo o Estado, também ocorreu chuva de granizo. Além do Sertão e do Litoral, a Aesa registrou chuvas, em menor intensidade, nas regiões do Agreste e Brejo paraibano. A previsão da agência é que as precipitações continuem a ocorrer ao longo do mês, principalmente no final do dia.
De acordo com a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira, somente em João Pessoa, da última terça-feira até ontem, choveu 71,6 milímetros (mm), sendo 41,4 mm nas últimas 24h.
Marle explicou que o motivo é decorrente de um sistema meteorológico, típico desta época do ano. “Essas chuvas são causadas pela formação de áreas de instabilidade oriundas da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), principal gerador de chuvas sobre as regiões Norte e Nordeste do país, nesta época do ano”, afirmou.
Em João Pessoa, o coordenador da Defesa Civil Municipal, Francisco Noé Estrela, informou que o órgão não recebeu nenhum chamado durante a madrugada e final da manhã de ontem, mas as 31 áreas de risco da cidade estão sendo monitoradas por equipes técnicas. “Caso ocorra alguma situação de emergência, pedimos que acionem a Defesa Civil pelo 0800 285 9020”, declarou.
Já a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) reconheceu que houve transtornos no trânsito e alteração no tráfego de veículos nos bairros dos Bancários, Torre, Miramar e Varadouro. Cerca de 30 agentes foram mobilizados para disciplinar o trânsito nos principais corredores da cidade.
Na avenida Sérgio Guerra, principal dos Bancários, próximo ao Centro de Práticas Integrativas e Complementares Equilíbrio do Ser, o trânsito ficou lento devido ao alagamento da via. Muitos condutores optaram seguir por ruas paralelas. No bairro do Varadouro, o alagamento formado na Avenida Sanhauá, em frente à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O mesmo aconteceu na rua Walfredo Macedo Brandão, próximo à rotatória entre os Bancários e Mangabeira.
Segundo a assessoria de comunicação da Semob, por conta de alagamento, o trânsito também ficou lento na Epitácio Pessoa, em frente ao Colégio Lourdinas. Já na Avenida Flávio Ribeiro Coutinho (retão de Manaíra), no sentido Centro/bairro, o fluxo ficou mais intenso que o habitual em virtude de uma batida envolvendo dois automóveis. A situação se repetiu na Avenida Pedro II, sentido bairro/Centro.
INTERDIÇÕES
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) contabilizou 14 pontos de alagamentos em bairros de João Pessoa. Equipes da secretaria intensificaram o trabalho de desobstrução de galerias nos bairros do Cristo Redentor, Cabo Branco, Tambaú, Bairro dos Estados, Jaguaribe, Alto do Mateus, Bairro dos Novais, Centro, Varadouro e Valentina.
Em algumas vias, os alagamentos foram tão intensos que agentes de mobilidade urbana precisaram adotar medidas emergenciais. Este foi o caso da rua Antônio Rabelo Júnior, no bairro de Miramar, que ficou totalmente interditada no início da manhã, sendo liberada por volta das 9h. Já no entroncamento com a Avenida Rui Carneiro, parte do asfalto cedeu, formando um grande buraco e deixando 50% da via sem condições de tráfego. Por sua vez a Avenida Pedro II, em frente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no sentido Centro/bairro, a faixa da direita foi parcialmente interditada.
O QUE DIZ A SEINFRA
Conforme informações da assessoria de comunicação da Seinfra, todos os pontos citados são constantemente monitorados pelas equipes do órgão, principalmente em períodos de chuvas intensas, como nos últimos dias.
GRANIZO E VENTO EM SÃO BENTO
Na noite da última quinta-feira, na a cidade de São Bento, no Sertão, além de chuva de granizo, também foi registrado o maior índice pluviométrico do Estado. De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) choveu 98 milímetros (mm) no município, precipitação suficiente para provocar diversos alagamentos, falta de energia e prejuízos aos moradores.
Uma das pessoas prejudicadas pelo temporal em São Bento foi o socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Mirael Almeida, 30 anos, que teve parte do telhado de sua casa danificado. Conforme relato do socorrista, a chuva começou por volta das 15h e continuou forte até as 17h, causando prejuízos na cidade. "Na região onde moro, o vento foi tão forte que abriu uma rachadura no forro da minha casa.
Além disso, faltou energia elétrica em quase toda a cidade", salientou.
Além dos alagamentos, a forte ventania também derrubou árvores e postes. "O bairro Dom Silveira foi muito prejudicado, assim como o São Bernardo, onde choveu granizo", relatou o comerciante Herculano Neto. Apesar dos estragos, o Corpo de Bombeiros informou que não recebeu nenhuma notificação sobre desabrigados ou maiores transtornos na cidade.
O motivo de tanta chuva, principalmente no Sertão, é um fenômeno que atua todos os anos na Paraíba, denominado Zona de Convergência Intertropical. Segundo explica a meteorologista da Aesa, Carmem Becker, o fenômeno é o principal responsável pela chuva na Paraíba. “Ele é o principal fator que gera chuva no Estado, principalmente no Sertão e no Curimataú. Nos últimos 2 anos ele não atuou bem no Estado e por isso foram anos ruins de chuva. Como ele está melhor este ano, acreditamos que será um ano bem melhor que os outros dois”, destacou.
Para os próximos dias a previsão é que continue a chover no Agreste, Brejo, Litoral e Sertão, principalmente neste último.
Sobre o granizo, ela disse que o fenômeno não é comum no Estado, mas pode ocorrer em algumas cidades por conta do tipo de nuvem, mais pesada, que se forma durante a zona de convergência.
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