ESPORTES
Lamar vive momento de lua de mel no Nacional de Patos após fazer história novamente pelo clube
Depois de 15 anos desde a conquista do título paraibano de 2007 e a campanha histórica do naça na Série C daquele ano, Lamar volta como técnico para conquistar a vaga na Série D de 2023.
Publicado em 16/04/2022 às 18:56
Pode até parecer que faz pouco tempo, afinal, para o torcedor do Nacional de Patos é muito fácil relembrar cada detalhe da temporada de 2007 do clube. Porém, no papel, não é pouco tempo não. São longos 15 anos desde a conquista do único título estadual do Canário, além de ter sido a última participação do clube em Campeonato Brasileiro, na ocasião, a Série C. O camisa 10 daquele time era Lamar, peça fundamental daquele grupo. Depois de todos esses anos ele está de volta ao clube, agora como técnico, para pôr o Alviverde de volta a uma edição do Brasileiro.
Os anos 2000 foram de muita força sertaneja no cenário do futebol paraibano. O Nacional de Patos já vinha de uma grande campanha em 2005, quando foi vice-campeão Paraibano, mas foi em 2007 que o Alviverde montou o time dos sonhos.
No elenco tinha o baixinho Lamar. O meia superveloz, que deixava todo mundo para trás e armava grandes jogadas. Além do título estadual daquele ano, com uma vitória por 3 a 0 diante do Atlético de Cajazeiras, o Alviverde também disputou a Série C, indo até a fase final da competição, mas ficando no quase, terminando o octogonal do acesso na última colocação.
“Aquela Série C foi muito difícil. Não havia Série D, tinham vários clubes que já jogaram divisões superiores, como o Bahia, Vila Nova, ABC, Chapecoense, era muito disputado. Mas o Nacional tinha um grande elenco, tinha um grande time e tinha acabado de ser Campeão Paraibano. Lembro muito bem do jogo contra o Bahia, nós ganhamos por 2 a 1, de virada, no José Cavalcanti, com um gol meu aos 46 do segundo tempo e o Bahia até então estava invicto, era o grande nome da competição. Foi um ano memorável, fizemos um grande campeonato, tivemos o reconhecimento de toda a Paraíba. Aqui em Patos, ainda se fala bastante daquele ano maravilhoso, que entrou para a história. Essa geração marcou época e é lembrada até hoje, por ter chegado ao octogonal final”, explicou o técnico.
Quis o destino que 15 anos depois daquela campanha histórica, em meio a um início de ano trágico para o Naça, Lamar voltasse para o clube. Agora, como técnico, em início de carreira, para tentar apagar uma grande fogueira, que foi pegar um time desmotivado e com inúmeros problemas.
Com o apoio da torcida, que assim como em 2007 passou a lotar o estádio José Cavalcanti, incentivando o time, Lamar foi trilhando junto ao elenco uma trajetória de superação que nem o mais fanático torcedor conseguiria imaginar.
"Ninguém imaginava que o Nacional chegaria onde chegou, por conta do começo conturbado, tantos problemas, refazendo o time dentro da competição, ter estreado com WO. O Nacional realmente é a surpresa do Paraibano", disse.
No último domingo Lamar escreveu mais uma vez seu nome na história do Nacional de Patos, ao conquistar não somente vaga na semifinal do estadual, mas, principalmente, por recolocar o Naça para disputar uma competição nacional. Aquela Série C do “quase” foi para o Canário a última vez que o clube disputou um Brasileiro. A Série D foi criada e o clube nunca esteve nela. Agora, novamente pelas mãos de Lamar, a equipe sertaneja voltará a disputar um Brasileiro.
“É uma sensação incrível voltar ao Nacional, depois de 15 anos, e alcançar essa grande conquista, que é colocar o time de volta em um Brasileiro, sendo que eu estive aqui da última vez que o clube disputou. É um orgulho grande, eu gosto do Nacional, tenho uma identificação enorme com os torcedores, para mim foi uma conquista dobrada, uma satisfação pessoal, uma valorização profissional. Nós estamos vivendo uma lua de mel, é a verdade. Eu, os jogadores, a torcida. Essa foi praticamente nossa final de campeonato, é o que a torcida queria, ter mais calendário para o ano que vem. Fazendo uma retrospectiva no início do campeonato, aos olhos do homem isso era impossível, mas Deus fez possível, e me colocou aqui mais uma vez para fazer história no Nacional. Fiz como jogador e, agora, de uma forma diferente, como treinador”, contou Lamar.
É sobre saber que é especial para um clube, para uma torcida, para uma cidade. Saber que pela segunda vez fez a história acontecer. É sobre seguir sonhando alto, afinal, o campeonato continua, e o sonho do bicampeonato estadual está vivo no coração de cada torcedor do Naça. É entender que é difícil, mas, para esse grupo, depois de tudo que se passou desde o início do ano até aqui, nada é impossível.
“Futebol é momento e o Nacional vive um momento muito bom. Estamos classificados e superamos todas as expectativas. Os objetivos eram primeiro deixar o clube na 1ª divisão, depois classificar para a repescagem, depois classificar para a Série D e agora tá na porta, não é? Temos dois jogos contra o Botafogo-PB, é possível sim, muito embora seja muito difícil, por enfrentar uma grande equipe, por não termos as condições financeiras que eles têm, de contratações, mas, é possível. Quem sabe vem o bicampeonato. Aí o destino seria muito generoso comigo. Passa sim pela cabeça, porque é futebol. Eu estou no futebol a muito tempo e sei que tudo é possível. Vamos acreditar até o fim, não chegamos até aqui atoa, ninguém nos deu nada até aqui, foi tudo conquistado. Vamos pensar nesses próximos dois jogos, se passarmos, aí sim, vamos pensar realmente no título. É um sonho bem possível”, finalizou Lamar.
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