'Cardume' e 'Piollin' abrem a temporada de teatro, dança e circo em JP

O Cardume começa nesta quinta-feira e vai até o dia 24 (confira a programação completa no box abaixo). Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). A abertura acontecerá às 19h, no Teatro Paulo Pontes, com o espetáculo No Mundo da Rua, do grupo Homens de Saia (PB). A montagem é um experimento cênico-musical a partir de fluxos do presente e das memórias.

Já às 20h, no mesmo local, será apresentada a peça Diário de Um Louco, do grupo Lavoura (PB). Com direção de Jorge Bweres, o monólogo acompanha um funcionário público que sonha com a ascensão social e se apaixona pela filha do chefe da repartição. Atolado na burocracia e sem oportunidades de subir na vida, ele traça uma realidade paralela, onde cachorros falam e, autoproclamado rei, manda e desmanda em seus súditos.

“Apesar de ter 12 anos, o monólogo é totalmente atual”, constata o protagonista André Morais. “A abordagem que se faz na peça tem o intuito de aproximar o público do personagem. É mostrado que os sentimentos que levam o personagem à loucura são bastante comuns entre nós: o desamparo, o desamor e a desilusão”, explica o ator.

Baseado no conto do russo Nicolai Gogol (1809-1852), escritor que explorou os labirintos burocráticos bem antes de nomes como Franz Kafka (1883-1924), o espetáculo rodou por 60 cidades do país. “Gogol é o 'pai' do Realismo russo. Dostoiévski se inspirou muito nele”, conta Morais.

Também presente na programação da Cardume, outro monólogo vai abrir a temporada do Projeto Teatro Piollin 2016 nesta quinta-feira: Esparrela, da Cia. Bigorna (PB).

A montagem será apresentada hoje e amanhã, sempre às 20h, no Centro Cultural Piollin, em João Pessoa. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

O espetáculo conta a relação do urubu Arquimedes e seu adestrador, Manuel, que – para entrar na cidade da qual foi expulso – resolve ensinar a ave a dançar para impressionar as pessoas. Criado há seis anos por Fernando Teixeira e apoiado na oralidade dos contadores de histórias, Esparrela traz a relação do homem consigo mesmo.

“É muito interessante a receptividade de Esparrela porque a dramaturgia do espetáculo prende muito”, afirma o diretor e ator. “No começo era mais difícil por estar só. Quando você está em grupo, caso erre, o outro não deixa a peteca cair. Têm técnicas de mentalizar o texto, mas acontece – às vezes – de errar a marcação”.

Dando continuidade ao projeto, no próximo sábado e domingo, também às 20h, no Piollin, será a vez de Palíndromo, criação do ator cearense Dyego Stefann, do grupo Panelinha de Teatro.

“A ideia é possibilitar esse encontro do público com a produção de diferentes estados da região Nordeste, como também de outros centros do país”, diz Buda Lira, coordenador do projeto.

Palíndromo retrata a história de um ser envolto com profundos questionamentos acerca da existência física, cognitiva e temporal.