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Craques do passado: Miltinho, o grande craque cearense patrimônio do futebol paraibano
Jogador foi um dos grandes craques deste século no futebol paraibano e deu alegrias e tristeza para várias torcidas paraibanas.
Publicado em 24/04/2022 às 11:40
Um dos jogadores mais importantes do futebol paraibano na primeira década deste ainda jovem milênio foi o baixinho Miltinho. Habilidoso, rápido e de uma grande visão de jogo para servir seus companheiros, José Milton Azevedo da Silva fez rir e chorar várias torcidas do futebol paraibano. Foi campeão no Sertão, no Agreste e no Litoral. Foi realmente um jogador que é patrimônio do futebol da paraíba. O cearense Miltinho.
Nascido em Fortaleza, Miltinho começou a sua carreira bem perto da Paraíba. Foi no Náutico, no futebol pernambucano. Fez as categorias de base no clube, mas logo saiu para atuar no Unibol-PE. Jogou no Fortaleza, clube de sua cidade, e ainda vestiu a camisa de outro tradicional tricolor, o Santa Cruz, antes de atuar pela primeira vez no futebol paraibano.
Foi em 2003 que Miltinho foi contratado para atuar na Paraíba. Pelo Botafogo-PB. Em pouco tempo, Miltinho virou uma peça importante do Belo, fez vários bons jogos e ganhou o merecido status de craque. Até gol de cabeça, o baixinho de 1,62 m, fez com a camisa alvinegra.
Se sagrou campeão paraibano como um dos melhores meias do estadual, mas não ficou para a Série C, onde o Alvinegro fez uma bela campanha e quase subiu para a Série B, numa temporada até hoje lembrada com carinho pelos botafoguenses da época.
Andarilho da bola, Miltinho não era daqueles jogadores que investia sua vontade em ficar em um clube por vários anos. Preferia o desafio de conquistar diversas torcidas. E com pouco tempo fazia isso, com suas exibições e um lindo futebol ágil e lúcido. Era raro ele ficar em um clube por muito tempo. Em 2004, voltou ao futebol paraibano onde jogou pelo Treze. Foi vice-campeão pelo Galo da Borborema e adiou o título estadual pela camisa do Alvinegro da Borborema.
Em 2005, teve uma passagem pelo Campinense, único clube paraibano em que não conseguiu ser campeão. Rodou por vários times do país: voltou ao Náutico, onde esteve na batalha dos Aflitos. Atuou também no ABC. Até voltar ao futebol paraibano, em 2007, para tentar ajudar o Botafogo-PB novamente.
A passagem não foi igual àquela. Miltinho não foi bem, mas também foi prejudicado por um dos piores Botafogo-PB formados na história do clube. Jogou ainda no Flamengo-PI, Tiradentes-CE e Ypiranga-PE, antes de retornar a Paraíba, terra onde sempre era muito respeitado, e onde os clubes sempre lembravam dele.
Em 2009, Miltinho escreveu uma das suas mais belas páginas no futebol paraibano. Chegou ao Sousa para fazer parte de um time com jovens como Nino Paraíba e com companheiros experientes como o atacante Edmundo. Combinou demais com o camisa 9 do Dinossauro e, com a 10 nas costas, levou o clube sertanejo a um histórico título dentro da casa do Treze. Era o bicampeonato do Sousa.
A tendência é que Miltinho fosse mais um dos históricos carrascos do Galo da Borborema. Mas o jogador reservou um gás final na sua carreira para levar alegria para a grande massa alvinegra de Campina Grande.
Miltinho arrumou outro grande companheiro, o meia Rone Dias, e construiu com seus companheiros um dos últimos bons times do Treze. Em uma disputa de título que foi acirrada no quadrangular final, o meia fez um gol importantíssimo no jogo da fase contra o Botafogo-PB, que praticamente sacramentou a ida da taça para o Presidente Vargas.
O Belo ganhava de 2 a 1 quando, no fim do jogo, Miltinho faz um golaço de fora da área e empata a peleja. O empate impediu o Botafogo-PB de ir para a última rodada na frente do Galo na tabela, e na última rodada, tanto Treze quanto Belo venceram seus adversários, e o título ficou mesmo em Campina Grande.
Esse foi o último grande momento de Miltinho no futebol paraibano. Ele ainda vestiu a camisa do Botafogo-PB na temporada seguinte, mas ficou pouco tempo na equipe. Ainda jogou em outros clubes paraibanos, como Auto Esporte, Esporte de Patos, Miramar de Cabedelo e Nacional de Patos, onde encerrou a carreira em 2013. Em 2017, foi assassinado em Fortaleza com vários tiros de arma de fogo.
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