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CONVERSA POLÍTICA

Mulheres de 13 municípios da Borborema farão marcha contra o modelo industrial de geração de energia eólica

A 13ª Marcha pela Vida das Mulheres diz não ao modelo porque entende que é incompatível com a produção de alimentos livres de agrotóxicos e agroecológicos do território da Borborema 

Publicado em 28/04/2022 às 18:00 | Atualizado em 28/04/2022 às 18:28


                                        
                                            Mulheres de 13 municípios da Borborema farão marcha contra o modelo industrial de geração de energia eólica

Agricultoras e mulheres que têm o trabalho ligado às atividades do campo de 13 municípios paraibanos irão ocupar as ruas centrais de Solânea, no próximo 2 de maio, para protestar contra o modelo de geração industrial de energia eólica.

Também são esperadas mulheres de outras regiões do estado, além de trabalhadoras de  PE, RN, RJ e PR.

Com o lema Mulheres em defesa do território: Borborema agroecológica não é lugar de parques eólicos, a Marcha declara que esse modelo ao se apropriar da terra e do território, muda completamente a vida das comunidades e ameaça a produção da agricultura familiar.

Também comprometem, segundo elas, a segurança alimentar das famílias e ameaçam a venda de seus produtos para os clientes das cidades.

Elas se encontrarão a partir das 8h, na praça 26 de novembro, para realizar a 13ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.

“Onde se instalam os parques eólicos diminui a produção nas propriedades rurais. Eles são uma grande ameaça, principalmente, para as famílias que têm pouca terra porque onde trabalharão com a agricultura se você não pode trabalhar perto desses aerogeradores e das linhas de transmissão? Esse modelo precisa ser revisto”, sustenta Roselita Vitor, da coordenação do Polo da Borborema.

De acordo com elas, a primeira coisa que acontece quando se instala um parque eólico numa comunidade rural é as terras serem usadas, prioritariamente, para gerar energia que não necessariamente é usada na localidade ou mesmo no estado.

Problemas nos contratos

As organizadoras da marcha lembram ainda que nos contratos das empresas com as famílias, a primeira cláusula transfere para a empresa a tomada de decisão sobre o uso da terra.

Quando a propriedade que é para produção de alimentos passa a ser a sua principal fonte a produção de energia, como é que fica a produção agrícola? A produção da agricultura familiar que vai para as nossas feiras que existem aqui no território da Borborema”, indaga Roselita.

Energia Renovável

E acrescenta: “Nós não somos contra a energia renovável. Pelo contrário. Somos a favor. Porque a gente entende que os bens da natureza são bens públicos, o sol, a terra, a água, são bens comuns, que devem servir a todas as pessoas. Porém, esse modelo de produção de energia renovável, a partir dos parques eólicos, não é um modelo que produz energia limpa. Se ele deixa as nossas comunidades mais pobres, se as famílias passam a usar menos a sua área de produção, se esses contratos beneficiam mais as empresas do que as famílias agricultoras, inclusive, com o risco de perder sua terra, que modelo é esse? Que energia limpa é essa? A gente faz esse questionamento: Energia pra quem? E energia para quê?”


				
					Mulheres de 13 municípios da Borborema farão marcha contra o modelo industrial de geração de energia eólica
Foto: divulgação.

O barulho e a falta de autonomia 

De acordo com as organizadoras da marcha, onde há torre instalada, os donos da terra perdem sua autonomia para produzir. "Além disso, o volume do que se produz cai porque a presença das torres de 140 metros, que equivale a um prédio de 50 andares, afeta a temperatura, a acústica e a luz do local, causando desequilíbrio ambiental. Um parque tem, no mínimo, 30 torres", afirmam.

Além dos prejuízos individuais, a organização do movimento destaca que os modelos industriais de energia eólica, com concentração de torres, abertura ou ampliação de estradas, implantação das redes de transmissão da energia gerada para a rede do sistema nacional, promovem uma série de danos ambientais com impactos locais e mundiais, como o desmatamento da Caatinga.

Tudo, segundo os relatos, está contribuindo para a ampliação e aprofundamento do processo de desertificação do solo e intensificação os efeitos das mudanças climáticas.

Em várias comunidades, as árvores centenárias foram cortadas: baraúna, pau ferro, umbuzeiro, aroeira, juazeiro, imburana, entre outras.

Nas casas

Argumentam também que do ponto de vista das comunidades rurais, os parques eólicos causam uma série de perturbações como rachaduras nas casas, perdas das cisternas de placas de cimento construídas a partir do Programa Cisternas, uma das políticas públicas mais importantes para as famílias rurais do Semiárido brasileiro.

A Borborema

Em Solânea, Casserengue, Arara, Algodão de Jandaíra, Remígio, Esperança, Areial, Montadas, Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça e Queimadas, municípios cujos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais fazem parte do Polo da Borborema, há 30 anos é alicerçado um projeto de construção da agricultura familiar agroecológica.

Os coordenadores destacam que as ações vem dando significativos resultados na redução da fome e da pobreza nas famílias agricultoras

O Polo da Borborema reúne os 13 sindicatos dos municípios e mais 150 associações comunitárias, além de gerir uma associação regional da agricultura familiar, a EcoBorborema, e uma cooperativa, a CoopBorborema. Para mobilizar e articular as famílias e comunidades campesinas, o Polo tem a assessoria política e metodológica da ASPTA. Tanto o Polo, quanto a AS PTA fazem parte de articulações estaduais, regionais e nacionais, como a Articulação do Semiárido Paraibano (ASA PB), a ASA Brasil e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

As entidades estão nas cidades de Solânea, Casserengue, Arara, Algodão de Jandaíra, Remígio, Esperança, Areial, Montadas, Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça e Queimadas, onde há 30 anos é alicerçado um projeto de construção da agricultura familiar agroecológica.

Os coordenadores destacam que as ações vem dando significativos resultados na redução da fome e da pobreza nas famílias agricultoras.

Parques eólicos na PB

De acordo com a Aneel, até a data de hoje, a Paraíba tem 30 parques eólicos em operação na região de Santa Luzia,  no Sertão, e em Mataraca, Litoral Norte.

Outros 14 estão sendo construídos. Alguns deles na Borborema, na região de Remígio, Esperança e Solânea, onde vai ser realizada a marcha das mulheres.


				
					Mulheres de 13 municípios da Borborema farão marcha contra o modelo industrial de geração de energia eólica

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Imagem ilustrativa da imagem Mulheres de 13 municípios da Borborema farão marcha contra o modelo industrial de geração de energia eólica

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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