SILVIO OSIAS
Artistas da Paraíba contratados para novelas da Globo não devem cuspir no prato em que comem
Publicado em 26/05/2022 às 13:17
Não vou dizer que todos, mas quase todos os artistas sonham com as telenovelas da Globo. Querem ser convidados para o elenco de uma delas. Normal que seja assim. Afinal, a teledramaturgia da Globo é o máximo.
O que aconteceu com as novelas da Rede Globo é a concretização de um sonho de Roberto Marinho. Querem falar mal dele? Dizer que era de direita? Que deu apoio à ditadura? Podem falar. Mas é inegável que a telenovela brasileira, que faz sucesso aqui e no exterior, só é o que é por causa do quanto e de como o Dr. Roberto investiu no setor.
Não se faz bom jornalismo sem comunistas. Não se faz boa dramaturgia sem homossexuais. Roberto Marinho era de direita, mas sabia das coisas. Na era dessa direita burra e ignorante que hoje governa o Brasil.
De vez em quando, vejo os paraibanos empolgados com a presença de artistas daqui numa novela da Globo. O paraibanismo fala bem alto nessas horas. Você já viu Zezita nessa novela? Já viu Luiz Carlos naquela? Ou Suzy Lopes? Ou Nanego? - e por aí vai.
Acho bacana? Acho. Mas não me iludo muito, não. Claro que é importante saber que os artistas que atuam na Paraíba estão conquistando dimensão nacional. É tão difícil, mas tem acontecido.
Mas não é só isso. E nem tudo se encerra com o sentimento de paraibanismo. Não. Acho legal, mas também acho engraçado e vou dizer o motivo.
Acho engraçado porque conheço esses artistas. Alguns, bem de perto. E, quando entram numa novela da Globo, eles estão ali na condição de gente que cospe no prato em que come.
É gente que fala mal da Globo, que diz que detesta novela, que garante que não vê televisão, que nunca viu um ator ou uma atriz da Paraíba atuando numa telenovela, que faz arte marginal, que é contra o sistema.
Gente que mente, gente que é intelectualmente desonesta. Gente que joga para a plateia. Mas não resiste ao convite da Globo nem à possibilidade de pagar seus boletos com o dinheiro do contrato.
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