Reitora não participa da visita de presidenciável na UEPB

A visita de Simone Tebet (MDB) ao Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), foi um ato político. Ninguém tem dúvidas disso. Em campanha eleitoral pelo país, a presidenciável cumpriu agenda hoje em Campina Grande ao lado do candidato a governador Pedro Cunha Lima (PSDB).

Ela quis conhecer de perto o trabalho realizado por pesquisadores e alunos da universidade, que é referência, aliás, para o restante do Brasil.

Nos bastidores, uma ausência foi percebida: a da reitora da UEPB, a professora Célia Regina Diniz.

Ela preferiu não participar da agenda, segundo a assessoria, porque não tem participado de nenhum ato da campanha este ano. O objetivo seria manter-se longe do debate partidário. Conforme a assessoria, a reitora tinha outros compromissos já agendados no horário. Na agenda oficial, divulgada no site da UEPB, esses constam esses compromissos no dia de hoje.

Apesar da justificativa da assessoria, cabe um registro.

Soou como 'deselegante' para muitos o não comparecimento. Sobretudo porque Tebet, independente do partido e das conjunturas eleitorais, é hoje uma das quatro principais candidaturas ao Planalto.

Caberia, pelo menos, o gesto institucional de recepcionar na universidade a candidata à Presidência. Assim como o mesmo gesto teria que ocorrer se tivéssemos a visita de Ciro, Bolsonaro ou Lula.

A recepção demonstraria que a Reitoria está de portas abertas para qualquer um dos presidenciáveis que escolhesse conhecer o trabalho desenvolvido na universidade paraibana.

Essas ausências, contudo, parecem ter sido normalizadas no ambiente institucional brasileiro. Este ano os presidentes do Senado e da Câmara não foram ao 7 de Setembro. Dias depois o Presidente da República não esteve na posse da ministra Rosa Weber, no STF, e por aí vai...

Mesmo em momentos delicados - como é uma campanha eleitoral - onde é necessário manter a liturgia do cargo e a distância das cores partidárias, cabe tentar manter a política da boa vizinhança institucional. No caso da UEPB, a recepção para Tebet, por parte da reitora, bem que poderia ter sido mais calorosa.