Votação da Ebserh é cancelada

Por motivos de segurança a reunião do Colegiado Pleno do Conselho da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), marcada para acontecer na manhã de ontem, no auditório da Reitoria, foi cancelada. Devido à presença de dezenas de estudantes, professores e líderes sindicais que realizaram uma manifestação no local se posicionando contrários à votação para adesão do modelo de gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) tanto do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, como também do Hospital Universitário Júlio Bandeira, em Cajazeiras, o encontro teve de ser adiado.

Apesar da existência de quórum para a realização da votação do Colegiado, o reitor da UFCG, Edílson Amorim, preferiu adiar a decisão por entender que não havia condições da votação ocorrer devido aos ânimos exaltados de grande parte dos presentes.

“Vamos cancelar essa reunião porque não temos condições de abrir a votação. Já discutimos em muitas ocasiões e agora só seria feito a votação. Por conta desses transtornos vamos adiar a conclusão dessa pauta e atrasar o planejamento do Hospital Universitário. Uma nova convocação só será feita no próximo semestre”, explicou.

Alguns membros do Colegiado Pleno do Conselho Universitário acabaram concordando com a decisão, mas foram os estudantes que vibraram com o adiamento. Segundo o presidente do Diretório Central dos Estudantes, Renato Cristiano, a comunidade acadêmica já deu outras provas que não aprova esse modelo de gestão e que o assunto deveria ser encerrado pelo bem e autonomia do funcionalismo público dos hospitais universitários de Campina Grande e Cajazeiras.

Já a diretora do HUAC de Campina Grande, Berenice Pereira, disse que independente de quando houver a nova reunião do Conselho, sua posição continuará a mesma, que é contrária à adesão ao modelo da empresa. Segundo ela, com a gestão da Ebserh, a UFCG irá perder totalmente a gestão das unidades de saúde, o que trará um prejuízo inigualável pela perda da coerência entre assistência, ensino, pesquisa e extensão que os hospitais deixarão de ter. “A gestão vai ser determinada pela empresa, a UFCG não terá mais autonomia sobre os hospitais”, destacou Berenice.

De acordo com o reitor Edílson Amorim, a previsão é de que o novo encontro entre o Colegiado possa acontecer logo no mês de fevereiro. Segundo ele, que reprovou a atitude das pessoas que criaram um ambiente desfavorável para a votação da pauta, caso os membros do Conselho aprovem a gestão pela empresa especializada, os dois hospitais ganharão em serviço e em aumento do quadro de pessoal. “Com a gestão de Ebserh o HUAC oferecerá 100% dos seus serviços pelo SUS, o que não acontece hoje, e o HUJB, em Cajazeiras, possibilitará a federalização da unidade, a construção de um novo hospital geral com 200 leitos e com capacidade de empregar 200 pessoas”, finalizou.