SILVIO OSIAS
Em 50 anos, Caetano fez nove shows em João Pessoa. O de domingo será o décimo
Publicado em 20/10/2022 às 10:21
Em 50 anos, de 1968 a 2018, Caetano Veloso (Foto/Arquivo) fez nove shows em João Pessoa. Não foram muitos. O deste domingo (23) - Meu Coco, no Teatro Pedra do Reino - será o décimo. Na coluna de hoje, mexo na memória para lembrar um pouco de cada um desses shows. O único que não vi foi o de 1968, o ano do manifesto tropicalista, de É ProibidoProibir e da prisão do artista pela ditadura militar.
CAETANO E OS MUTANTES, 1968
O show foi no ginásio do Clube Astrea. As pessoas que assistiram contam que começou com atraso porque Caetano e Os Mutantes, antes, se apresentaram em Campina Grande. Reza a lenda que alguém jogou um copo de bebida em Caetano na hora em que ele subia no palco. Não sei como era o repertório, mas certamente Baby estava no show. A versão a seguir é de 1968, e, nela, Caetano é acompanhado pelos Mutantes.
MUITO, 1979
Caetano e A Outra Banda da Terra
O álbum Muito, que tem Terra e Sampa, é de 1978. O show passou por João Pessoa em 1979. O Teatro Santa Roza estava em reforma, e Caetano se apresentou dois dias no Cine Tambaú e fez um terceiro show no ginásio do Clube Astrea. A Outra Banda da Terra era formada por Tomás Improta (teclado), Arnaldo Brandão (baixo), Vinícius Cantuária (bateria) e Edu Gonçalves (percussão). Pipoca Moderna era a música de abertura.
CINEMA TRANSCENDENTAL, 1980
Caetano e A Outra Banda da Terra
O LP Cinema Transcendental é de 1979. Tem Lua de São Jorge, Oração ao Tempo, Beleza Pura, Menino do Rio, Trilhos Urbanos e Cajuína. O show chegou a João Pessoa em 1980, em única apresentação no ginásio do Clube Astrea. A Outra Banda da Terra ganhara mais um integrante: Perinho Santana (guitarra). No palco, Caetano usava uma pena de pavão presa à cintura, como na foto que ilustra o post. Abria com Charles, Anjo 45, de Jorge Ben.
LIVRO VIVO, 1998
Depois de Cinema Transcendental, Caetano passou 18 anos sem cantar em João Pessoa. Voltou em 1998 com o show da turnê Livro Vivo, apresentado no Forrock . A base era o álbum Livro, lançado em 1997. A banda arregimentada pelo violoncelista Jaques Morelenbaum executava arranjos escritos por esse grande músico, fundindo influências dos trabalhos de Miles Davis com Gil Evans à percussão da música baiana. Começava com Minha Voz,Minha Vida.
ZII E ZIE, 2009
Caetano e Banda Cê
Zii e Zie, com seus transambas, foi lançado em 2009, o mesmo ano em que o show veio a João Pessoa. Foi apresentado na praça do povo do Espaço Cultural. É o segundo dos três trabalhos de Caetano com a Banda Cê, power trio formado por Pedro Sá (guitarra), Marcelo Callado (bateria) e Ricardo Dias Gomes (baixo). A música de abertura era A Voz do Morto, samba que Caetano compôs em 1968 por sugestão da cantora Aracy de Almeida.
ABRAÇAÇO, 2013
Caetano e Banda Cê
Abraçaço, o disco, é de 2012. O show passou por João Pessoa em 2013 e foi apresentado na Domus Hall. É o terceiro e último trabalho de Caetano com a Banda Cê. No repertório, há uma música (Um Comunista) incrível e muito corajosa dedicada ao líder da guerrilha urbana Carlos Marighella, executado pela ditadura em 1969. O disco e o show eram abertos com A Bossa Nova É Foda.
OFERTÓRIO, 2018
Caetano e filhos
Em 2018, Caetano saiu em turnê com os filhos, Moreno, Zeca e Tom Veloso. O show se chamava Ofertório e, em João Pessoa, foi apresentado no Teatro Pedra do Reino, três dias antes do segundo turno da eleição presidencial. Um show repleto de belezas esse que colocou no mesmo palco o artista e seus filhos. Clássicos do repertório de Caetano, novas canções - tudo era comovente. Alegria, Alegria era a música de abertura.
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