Minha História de Copa: Warley relembra dois momentos marcantes da Seleção Brasileira

O ex-jogador de futebol Warley, de 44 anos, se aposentou dos gramados em 2017, quando jogava pelo Botafogo-PB, clube no qual se tornou ídolo. Warley estreou no Coritiba, seguiu para o Athletico-PR, atuou também no Grêmio, São Paulo, Palmeiras e outras equipes tradicionais no Brasil. O ex-jogador, que já vestiu a camisa da seleção brasileira, relembrou a copa de de 1994 em que o Brasil  conquistou o título de tetracampeão do mundo na série "Minha História de Copa",  que foi ao ar nas TVs Cabo Branco e Paraíba.

Em 1999, enquanto atuava como atacante, Warley foi convocado para defender a Seleção Olímpica. O ex-jogador estreou com a camisa verde e amarela, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, num amistoso contra os Estados Unidos. O placar final foi 7 a 0, com direito a um gol do atacante."Eu saí da periferia [de Brasília] e voltei no auge, marcando um gol perante todos os meus familiares e amigos de infância. Foi a melhor sensação que eu tive com a camisa da Seleção Brasileira", contou em entrevista ao ge Paraíba.

Além de compartilhar a própria história vestindo a camisa da seleção, Warley destacou dois momentos marcantes de copas do mundo que ficaram em sua memória. A maior frustração como torcedor, que foi a queda para a França na Copa de 1986, no México e a felicidade de assistir o Brasil vencer da Itália por 3 a 2 após um empate sem gols, na Califórnia, onde a seleção levou o tetracampeonato.

Na Copa do Mundo de 1986, a seleção comandada por Telê Santana, foi eliminada nas quartas de final, nos pênaltis, contra a França de Michel Platini. Após um empate em 1 a 1 no tempo normal, os franceses venceram por 4 a 3. Aquela lembrança é dura para Warley.

Lá em casa, nessa época, a gente não tinha uma TV adequada, acho que era até preto e branco. Aí o vizinho, que, na realidade, era dono de um bar, nos convidava para assistirmos juntos, porque ele era sozinho. A minha primeira lembrança em Copa do Mundo eu tinha oito anos, foi na Copa de 1986. Aquele jogo entre Brasil e França que o Brasil perdeu nos pênaltis. Para mim foi uma decepção geral. Eu que sou da periferia de Brasília, lembro que sentei no meio-fio e comecei a chorar. Meus amigos e eu chorando a tarde toda. Meus pais tiveram que ir lá me consolar e falar que futebol era assim mesmo", recorda.

Apesar da tristeza, foi essa copa que despertou nele a paixão por futebol ao se inspirar em Careca. "Naquela Seleção de 1986, (o ídolo) era Careca. Lembro muito bem do gol que saiu de uma tabelinha entre Júnior e Müller. Eles foram tabelando contra a França e tocaram para Careca, que finalizou para o gol. Naquele momento, eu falei: ganhamos a Copa. Infelizmente, não deu certo", disse Warley.

Oito anos depois, Warley assistiu no mesmo lugar na periferia da Ceilândia, em Brasília, a Seleção brasileira conquistar o tetracampeonato nos Estados Unidos, em uma vitória sobre a Itália.

Minha melhor lembrança foi na Copa de 1994. Aquele jogo Brasil e Itália, na final. O jogo não acabava nunca, a bola batia na trave, no goleiro da Itália, Pagliuca, e Taffarel pegando tudo. Aí veio a prorrogação, todo mundo naquela angústia. Quando chegou a disputa por pênaltis, foi aquela sensação, ainda mais quando Roberto Baggio mandou para fora. Na mesma rua onde eu chorei, foi a mesma rua em eu corri, subi em cima da carroça, andei de cavalo. Foi uma festa, buzinaço, rua pintada. Inclusive, até hoje é o mesmo ritual, visto a camisa do Brasil, assisto com a família, amigos. Onde estiver aquela alegria, energia boa, eu estou junto", lembra o ex-atacante.

Em 2023, Warley acertou contrato com o Campinense para ser gerente de futebol da equipe. E ele está confiante de que o Brasil trará a taça de campeão da Copa do Mundo do Catar. "Temos totais condições de conquistar esse título. Eu estou muito confiante, com certeza", finalizou.