Bolsonaro pode chorar à vontade. O presidente não é digno de pena

Você não precisa ficar torcendo para que coisas ruins aconteçam com o presidente Jair Bolsonaro. Esse negócio de desejar o mal às pessoas não é algo que se recomende. Agora, você também não é obrigado a lamentar se coisas ruins acontecerem a Bolsonaro. Ele, definitivamente, não é digno de pena.

Jair Bolsonaro, da redemocratização pra cá, foi o pior de todos os presidentes brasileiros. Governou mal, teve péssimos auxiliares, nunca demonstrou apetite para o exercício do cargo e, no lugar de buscar soluções para os graves problemas que o país enfrenta, passou todo o mandato a provocar conflitos.

Mas Bolsonaro não sai só como mau gestor, como incapaz, como governante que arrombou as contas públicas. O mais assustador no presidente é que ele é um homem mau, perverso, desumano, cruel. Ele, sim, deseja que coisas ruins aconteçam com as pessoas. Ou, como presidente, nada fez para que elas não acontecessem.

Isso é que é terrível. Você saber que é governado por um homem intrinsecamente mau. Um homem que, de tão ruim, diz coisas inaceitáveis em momentos cruciais da vida nacional. Os exemplos mais eloquentes são aqueles do Bolsonaro diante da pandemia que matou quase 700 mil brasileiros.

As pessoas perdendo seus parentes, seus amigos, seus ídolos, e o presidente a fazer deboche. Não consigo imaginar se isso ocorreria nem nos piores momentos da ditadura militar. É fato que o regime militar quis esconder o surto de meningite nos anos 1970, mas ninguém viu os generais presidentes debochando dos mortos.

Na semana passada, vimos o presidente Jair Bolsonaro chorando durante uma solenidade militar (Foto/Reprodução TV Brasil). Dizem que ele chorou por saber que as Forças Armadas não vão apoiá-lo em seus devaneios golpistas. Desde que perdeu a eleição, Bolsonaro parece deprimido, e é muito natural que o choro seja expressão do seu estado emocional. Mas que chore à vontade. O presidente não merece qualquer compaixão.