COTIDIANO
Quem são os paraibanos presos nos atos antidemocráticos em Brasília
Blogueiro, subtenente reformado do Exército e estudante de ciências sociais estão entre os paraibanos identificados e presos nos atos antidemocráticos contra os Três Poderes, em Brasília, no domingo (8).
Publicado em 12/01/2023 às 16:30 | Atualizado em 13/01/2023 às 12:57
Um blogueiro de política, Marinaldo Adriano Lima da Silva, um subtenente reformado do Exército, José Paulo Fagundes Brandão, uma estudante de ciências sociais, Claudiane Pereira da Conceição, uma advogada, Edith Christina, dois policiais militares aposentados, Rogério Caroca Barbosa e Onilda Patrícia de Medeiros Silva, e uma assessora parlamentar, Fabíola do Nascimento, foram os paraibanos identificados até esta sexta-feira (13), nos atos antidemocráticos conta os Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF), no geral 1.138 pessoas já foram detidas por participação nos atos terroristas e já ingressaram no sistema prisional do DF até a noite da quarta-feira (11). Do total, 696 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda. Outras 442 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária Feminina do DF.
Marinaldo Adriano, blogueiro de política
Marinaldo, de 20 anos, é morador de João Pessoa e tem um blog sobre a política paraibana, com postagens desde outubro de 2022. No dia 5 de janeiro de 2023, poucos dias antes dos atentados terroristas, ele abriu um cadastro MEI em nome do blog.
Em suas redes sociais, Marinaldo publicava mensagens sobre fraudes nas eleições, pedia intervenção militar e postava fotos participando de manifestações golpistas na capital paraibana.
O JORNAL DA PARAÍBA não conseguiu localizar a defesa de Marinaldo para falar sobre os acontecimentos na capital do país.
José Paulo Fagundes Brandão, subtenente reformado do Exército
Reformado em 2019 pelo Exército Brasileiro, José Paulo foi dispensado permanentemente conforme o estatuto da instituição. Ele estava lotado no Ministério da Defesa, no Comando do Exército, na Base Administrativa da Guarnição de João Pessoa. A última remuneração dele registrada no site foi em outubro de 2022, quando recebeu o valor líquido de R$ 8.139,94.
Apesar de ser militar aposentado, José se apresenta nas redes sociais como representante comercial de uma empresa de suplementos alimentares. Ele também fazia postagens demonstrando apoio a Jair Bolsonaro e aos ideais do ex-presidente.
José Paulo também é pai do nadador Átila Brandão, um das referências no esporte do estado. Em contato com a reportagem do g1, o esportista disse que "deve ter acontecido um engano" e que seu pai está na Paraíba.
Além disso, o JORNAL DA PARAÍBA também tentou contato com José Paulo por meio de um telefone disponibilizado por ele em uma rede social, mas não obteve retorno.
Claudiane Pereira, estudante de ciências sociais
Claudiane tem 38 anos e além do perfil pessoal nas redes sociais, tem um estabelecimento onde vendia bolos confeitados, com endereço da empresa em Tibiri II, em Santa Rita, na Grande João Pessoa.
Nos perfis nas redes sociais da estudante, Claudiane publicava mensagens sobre fraudes no sistema eleitoral brasileiro e pedia intervenção militar, postando fotos e vídeos participando de atos golpistas na capital. No dia do ataque aos Três Poderes, ela também publicou uma foto dentro do Congresso Nacional.
Claudiane também aparece em foto postada demonstrando apoio à ex-primeira-dama da Paraíba, Pâmela Bório, quando as duas ainda estavam a caminho para Brasília, antes dos atos do domingo. A ex-primeira-dama também foi identificada como participante da depredação e chegou a postar vídeos em cima do telhado do Congresso, porém ela não está na lista dos presos pela Polícia Federal.
Edith Christina Medeiros, advogada
Prejuízo dos ataques
O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia é sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
O prejuízo ao patrimônio público está calculado em ao menos R$ 3 milhões apenas na Câmara dos Deputados, que junto com o Senado Federal compõe o Congresso Nacional.
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