TECNOLOGIA
Novo golpe da maquininha para clonar cartões bloqueia pagamento por aproximação
Criminosos bloqueiam o pagamento por aproximação para forçar clientes a usar o cartão físico para aplicar o golpe da maquininha.
Publicado em 01/02/2023 às 11:30
Um novo golpe da maquininha para clonar cartões de crédito foi descoberto pela empresa especializada em cibersegurança Kaspersky. Conforme postagem no blog da empresa, o golpe é uma evolução de um esquema de roubo de dados criado por cibercriminosos brasileiros por meio do vírus Prilex, que já foi identificado em caixas eletrônicos, e bloqueia os pagamentos por aproximação para forçar o uso do cartão físico.
Como funciona o golpe?
- Criminosos entram em contato com os lojistas se passando por funcionários das empresas responsáveis pelas máquinas.
- Eles alegam que precisam atualizar um sistema e pedem para os lojistas acessarem um link no computador que gerencia os aparelhos.
- A partir daí, o grupo instala o vírus Prilex que dá acesso remoto às máquinas que, infectadas, passam a detectar e impedir a cobrança dos clientes usando o cartão de aproximação.
- Com isso, na hora do pagamento, aparece uma mensagem falsa de erro, pedindo para que os clientes insiram um cartão físico para digitar a senha e concluir a transação.
- Ao usar o cartão físico, a vítima tem os dados capturados pelos criminosos, que podem clonar o cartão, mesmo sendo um protegido por chip e senha.
Conforme a Kaspersky, tanto clientes quanto lojistas acabam sendo os alvos dos golpistas, sem saber que o processo inteiro se trata de um esquema.
Evolução do golpe da maquininha
Segundo a Kaspersky, a evolução do golpe da maquininha, por parte dos criminosos, se deu por causa do próprio funcionamento do pagamento por aproximação, que adiciona uma camada de segurança para os usuários.
Neste tipo de compra, para cada transação é gerado um novo número do cartão, diferente do cartão físico, e que só vale para este pagamento. Isso acontece por causa da tecnologia Near Field Communication (NFC), que gera um campo de radiofrequência curto e que permite o pagamento por aproximação.
No caso, de acordo com a empresa, os criminosos precisam dos dados do cartão físico para poder realizar a clonagem. Estes dados só mudam quando os clientes cancelam ou trocam o cartão. Por isso, a variante do vírus Prilex faz com que, ao ser detectado que o pagamento é por aproximação, a máquina bloqueie a operação, forçando o cliente a usar o cartão físico.
Clientes selecionados
Ainda conforme o comunicado da empresa de segurança, o novo golpe da maquininha consegue identificar e filtrar as vítimas pelo tipo de cartão utilizado para a transação. Segundo a Kaspersky, as operadoras dos cartões criam modalidades como “black”, “platinum”, “infinite”, entre outros termos, para clientes que possuem saldos e limites mais altos.
O Prilex, instalado no sistema das maquininhas por meio da falsa manutenção de segurança criada pelos golpistas, consegue identificar a modalidade para, por exemplo, não atuar em cartões de níveis mais baixos, mirando o golpe da maquininha apenas nas contas que podem ter mais recursos.
Conforme a empresa, a quadrilha por trás do Prilex tem atuado na América Latina desde 2014, mas as modificações recentes, com essa modalidade de bloqueio de transações por aproximação, foram detectadas apenas no Brasil a partir de novembro do ano passado.
Como se proteger do golpe da maquininha
A empresa recomenda aos clientes de cartões de crédito com função de pagamento por aproximação que, ao se deparar com uma suposta situação de bloqueio da transação, não realize o pagamento utilizando o cartão físico e sim optando por outras modalidades de pagamento, como Pix ou dinheiro.
Também é recomendado verificar com frequência os comprovantes dos valores emitidos nas faturas de cartão, e acompanhar as transações no extrato para identificar gastos indevidos.
Caso seja identificada uma compra que não foi feita pelo cliente, a orientação é procurar a instituição financeira responsável pelo cartão e fazer um boletim de ocorrência na Polícia Civil.
No caso dos lojistas, a empresa orienta que os proprietários fiquem mais atentos quanto às solicitações de reparos nos sistemas ou nas maquininhas, e verificar com as fornecedoras, caso apareça alguma pessoa requisitando o serviço. Também deve ser evitado o download de qualquer programa, nos computadores que gerenciam o sistema, sem a autorização da empresa responsável.
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