Médico infectologista tira dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis

Chegou o Carnaval, um dos períodos mais aguardados de todo o ano. E, com isso, é muito comum que as pessoas se relacionem sexualmente com outras. Por isso, médicos alertam para a importância da prevenção em meio à folia nesta época do ano.

Em entrevista à TV Cabo Branco, o infectologista Fernando Chagas, diretor do Hospital Clementino Fraga, alertou sobre as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns e os cuidados que as pessoas que vão curtir o Carnaval devem tomar para não contrair essas doenças. 

Segundo o médico, um dos principais problemas, e também um dos mais fáceis para se tratar, é o caso da sífilis. “A sífilis é uma doença causada por bactérias ou vírus e é uma infecção sexualmente transmissível, porque você pode ter a bactéria ou o vírus e às vezes não apresentar a doença”, explica. 

“Ela pode se apresentar primeiramente como uma feridinha no órgão genital, depois passar para uma segunda fase com lesões na pele e se não tratada ela pode, inclusive, acometer órgãos do nosso corpo, que chamamos de sífilis terciária, mas tem cura”, conta. 

Em relação a Aids, uma das doenças mais conhecidas, e que já teve um surto muito grande em todo o planeta, mas atualmente há amplo tratamento, o médico alerta para desinformações comuns sobre o problema. 

“O vírus que provoca a Aids, o HIV, ele não é transmitido pelo beijo, nem pela lágrima, porque temos enzimas na boca e na lágrima que destrói o vírus, não tem problema nenhum. E nem tem o risco, que as pessoas costumam perguntar, de um mosquito picar uma pessoa e levar para outra a doença, isso não acontece de forma alguma”, esclarece. 

“A transmissão de HIV é por ato sexual e, detalhe, em quem tem e não se trata, o portador do vírus do HIV que se trata e que fica com a carga viral indetectável, o tratamento tira o vírus do sangue, ele não transmite. O importante de fato é testar quem não sabe”, ressalta. 

Além disso, Fernando Chagas também comenta sobre um outro tipo de infecção, que é uma originária de uma bactéria que pode causar bolhas na região da virilha, que também pode causar a gonorréia. “Existe uma bactéria, a clamídia, que pode se apresentar com essas bolhas, ela também pode causar o que a gente chama de descarga uretral, que o povo conhece como gonorréia, que pode ser causada por mais de um tipo de bactéria”.

O especialista também explicou como é possível perceber os dois tipos de doença. “Então, você está em casa, manchou a cueca ou a calcinha, de amarelo, como se fosse um líquido purulento, pensar nessa possibilidade, porque às vezes não chama tanta atenção, Manchou, busque um atendimento médico”, diz. 

A forma principal de prevenção contra essas e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, segundo o médico, é o uso de preservativos masculinos e femininos, para evitar a disseminação.