CONVERSA POLÍTICA
Superintendente do Imeq-PB, Arthur Galdino, foi um dos alvos de busca e apreensão da Operação Talir
Arthur é sobrinho do deputado federal Murilo Galdino e do presidente da Assembleia, Adriano Galdino, ambos do Republicanos. Na Operação, terça-feira passada, foi apreendido, em um dos endereços vistados pela PF, um cofre com R$ 800 mil em dinheiro e cheques.
Publicado em 10/02/2023 às 12:23 | Atualizado em 10/02/2023 às 14:49
O atual superintendente do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial da Paraíba (Imeq-PB), Arthur Bomfim Galdino de Araújo, foi um dos alvos da Operação Talir, realizada pela Polícia Federal, na última terça-feira (07), em um condomínio de luxo, no bairro Jardim Tavares, em Campina Grande.
O Conversa Política apurou ainda que a PF fez buscas e apreensões em outros três endereços em Campina Grande. Em um deles, encontrou um cofre com R$ 500 mil em dinheiro e R$ 300 mil em cheque.
A PF não citou nomes dos investigados e não dá detalhes sobre a ação, apenas disse, em nota publicada na quarta-feira (08), que o dinheiro estava na casa do coordenador de campanha de um político da Paraíba.
Arthur é sobrinho do deputado federal Murilo Galdino (Republicanos) e do deputado estadual e presidente da Assembleia, Adriano Galdino (Republicanos). Ele foi prefeito de Pocinhos entre 2009 e 2012 e é Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho.
A nomeação para assumir a Superintendência do Imeq-PB foi em 2013, ainda no governo de Ricardo Coutinho, até então do PSB. Atualmente, Ricardo é filiado ao PT.
Além de dirigir o Imeq, Arthur tem uma empresa de construção de casas. Arthur Galdino, na campanha de 2022, representou o tio, o deputado federal Murilo Galdino, em atividades de campanha, como é possível ver nas redes sociais (ver print abaixo).
O Imeq, de acordo com site do governo, está vinculado à Secretaria de Turismo e do Desenvolvimento Econômico (SETDE), mas tem orçamento e autonomia.
O Conversa Política ligou para Arthur Galdino e iniciou uma conversa com superintendente. Mas a ligação caiu antes dele comentar sobre a busca e apreensão em um dos seus endereços. Retornarmos a ligação mais duas vezes. Deixamos recado, mas até às 12h00 não obtivemos resposta. O espaço está aberto para comentar a ação da PF.
Cheque na Operação Talir
Um dos cheques encontrados pela Polícia Federal durante buscas na Operação Talir, na última terça (7), tinha o nome e uma assinatura (no verso) similar a feita pelo deputado federal Murilo Galdino (Republicanos) em documentos oficiais, conforme checagem de Diogo Almeida, do g1 Paraíba.
O cheque, no valor de R$ 100 mil, foi assinado por Rossana Valessa Silva Freire. Rossana é esposa de Murilo e foi secretária adjunta da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, entre 2014-2018.
As fotografias da frente e do verso do cheque com as assinaturas foram divulgadas pela própria Polícia Federal, que ainda não se pronunciou, oficialmente, sobre os nomes dos investigados na Operação Talir.
Na ação de busca e apreensão da terça-feira, também foram apreendidos R$ 90 mil e duas armas, uma pistola .380 e uma espingarda calibre 12.
O que disse Murilo
Ao Conversa Política, o deputado federal Murilo Galdino disse que a assinatura parece ser a dele e acredita que o cheque pode ter sido usado em uma negociação com um empresário de carros. Segundo ele, faz tempo que não usa cheques.
“Parece sim minha assinatura, se for o cheque que endossei, foi para trocar com um empresário que tem lojas de carros e empresta dinheiro a juros. Precisei para dar andamento a uma obra que estou realizando”, afirmou.
Registrou ainda que não teve acesso ao processo e não sabe o que está sendo investigado. “Se a pessoa emprestava dinheiro a juros e negociava com compra e venda de carros, normal o cheque tá aí”, explicou.
Abaixo, fotos divulgadas pela Polícia Federal do dinheiro e cheque encontrados no cofre, apreendido em um dos endereços.
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