Opinião: João Pessoa precisa de mais campanhas educativas para transformar os "maus hábitos" nas ruas

A cidade de João Pessoa precisa de mais campanhas educativas.

Se possível, com mais frequência, periodicidade, algumas permanentes, massivas, que ajudem a mudar a "cultura" e os maus hábitos de moradores de todas as idades e, claro, turistas.

Essas ações educativas têm acontecido em momentos pontuais, como na Semana de Trânsito; outras, no verão. Mas é preciso mais.

Lixo pela janela e nas praias

Com frequência, por exemplo, nós vemos, em bairros nobres e mais humildes, lixo sendo jogado pela janela do carro. E não são apenas crianças mal orientadas.

São adultos dando mau exemplo para os filhos, que não se deparam, em nenhum momento do seu crescimento, com campanhas nos meios de comunicação, com uma mensagem de que a atitude "é feia" e, mais do que isso, causa um prejuízo coletivo em épocas de chuva.

Das janelas dos ônibus também voam plásticos, copos descartáveis e sacos de salgadinho. Alguém precisa falar sobre isso.

E as praias? Temos praia o ano inteiro e essas campanhas de não jogar lixo, levar seu saquinho, retirar a própria sujeira, não devem acontecer só no verão.

As ações educativas devem se estender para conscientizar donos de quiosques, barraqueiros, ambulantes e vendedores, com mais frequência. Eles são parte fundamental desse ambiente e cabe ao poder público agir nessa prevenção.

Faixa de pedestres e ciclistas

No trânsito, sem dúvida, há maior necessidade do investimento da prefeitura em campanhas educativas institucionais. O hábito saudável de parar na faixa de pedestre, após um aceno, como aconteceu há algum tempo aqui na capital, já não é padrão. De regra virou exceção.

Os ciclistas que usam a ciclovias da cidade e da orla, principalmente, passam numa velocidade de corrida. Muitos não respeitam a faixa de pedestre na ciclovia. Um perigo para eles e para os pedestres.

É preciso reforçar a máxima de que espaços exclusivos não podem ser usados a bel-prazer, nesse caso, com uma velocidade que coloca em perigo crianças e idosos que passeiam pela praia. Há regras e elas não são massificadas.

Motoristas irresponsáveis também precisam se deparar com suas infrações em campanhas da prefeitura. Olharem-se "naquele" espelho e sentir vergonha.

Alta velocidade

Não basta apenas lombada eletrônica. Há vários trechos de avenidas da cidade nos quais não há impedimentos em acelerar e a consciência pode ser uma aliada nessa luta. Quanto menos infratores, melhor.

Muitos não respeitam pedestres, não respeitam ciclistas, não respeitam o motorista ao lado.

No caso do desrespeito ao ciclista, uma campanha específica precisa mostrar que a presença deles na avenida não é um problema, mas uma solução e, na prática, na ponta do relógio, não custa nada ser empático e cumprir a lei, dando espaço ao modal de transporte mais frágil.

Sem falar, naqueles que não sabem para que serve um pisca alerta. Talvez por isso, há tantas batidas em João Pessoa.

Motociclistas

E os motociclistas? Um caso à parte. É que com eles, a falta de consciência está produzindo uma geração de sequelados, inválidos e mortos.

Sem capacidade de melhorar o transporte público, gestores incentivam o transporte individual para uso cotidiano e para trabalho. A motocicleta é a solução viável para milhares.

Por outro lado, na lua diária, são milhares de ultrapassagens pela direita, velocidade fazendo corredor entre os carros, ultrapassagem no sinal vermelho para fazer a entrega mais rápida.

Há muitos motivos e ideias para boas campanhas permanentes em rádio, tv, sites, redes sociais. Alguma mensagem deve ficar e muitos devem, de alguma forma, sensibilizar-se quando se veem na infração, no erro, na falta de educação.

O poder público precisa ser um dos vetores, talvez o principal, dessas mudanças de hábitos e cultura. Não será um mudança rápida, nunca é, em uma campanha isolada, mas é preciso acreditar nessa transformação com ações planejadas e permanentes, por meio da educação coletiva.

Isso é esperança de uma convivência social mais harmônica, mais saúde, qualidade de vida, limpeza, menos gastos públicos por meio da prevenção.