CULTURA
Dia da Mulher: conheça mulheres importantes para a cultura da Paraíba
Conheça mulheres que se destacaram na construção da identidade cultural paraibana. Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 8 de março, relembra lutas pela igualdade de direitos.
Publicado em 08/03/2023 às 6:37 | Atualizado em 20/06/2023 às 13:03
O Dia Internacional da Mulher, comemorado há 48 anos no dia 8 de março, celebra as conquistas das mulheres e também relembra a contínua luta pela igualdade de direitos nas áreas sociais, culturais e políticas da sociedade. As mulheres tiveram e têm importância fundamental nas transformações históricas, com contribuições e pioneirismos em variadas áreas da sociedade.
O Jornal da Paraíba reúne, abaixo, algumas mulheres paraibanas que se destacaram na construção da identidade cultural paraibana.
Mulheres da cultura paraibana
Marcélia Cartaxo
Marcélia Cartaxo é uma atriz e diretora paraibana, nascida em Cajazeiras, no Sertão. Sonhava em ser atriz desde criança, apesar da sua mãe não apoiar a ideia.
A carreira dela ganhou destaque na década de 1980, quando Marcélia ganhou o prêmio “Urso de Prata” no Festival de Berlim pelo filme “A hora da estrela”. Ela atuou em quase 30 filmes e já recebeu diversos prêmios como atriz e diretora.
Anayde Beiriz
Anayde Beiriz foi uma professora e poetisa paraibana, nascida em João Pessoa. Tornou-se uma imagem emblemática na cultura estadual quando foi eleita como uma das personagens míticas da história do Brasil pelo movimento feminista.
Anayde defendia a participação das mulheres na política, em um tempo em que as mulheres não podiam nem votar, e chocava a sociedade por suas ideias e textos progressistas. Anayde morreu aos 25 anos de idade.
Zezita Matos
A paixão de Zezita Matos pela atuação começou cedo, quando, ainda na cidade de Pilar, ia assistir a filmes no mercado público. Atualmente, com mais de 50 anos de carreira, a atriz se mantém ativa e se dividindo entre participações em filmes e montagens de espetáculos com o Coletivo de Teatro Alfenim, do qual faz parte. Dentre as dezenas de peças que integrou estão Quebra-quilos e As Velhas.
Em 2014, Zezita venceu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Paulínia, por "A História da Eternidade" (2014).
Violeta Formiga
Nascida em Pombal, no Sertão da Paraíba, Violeta de Lourdes Gonçalves Formiga, conhecida como Violeta Formiga, foi uma mulher paraibana que marcou a poesia paraibana. A poetisa viveu apenas 31 anos, e deixou apenas um livro publicado: “Contra Cena”. Depois da sua morte, os amigos reuniram poemas inéditos e publicaram “Sensações”, uma edição póstuma, no ano de 1981, na Galeria Gamela.
Violeta Formiga além de poetisa era psicóloga, cuja poesia trazia uma grande paixão pela vida, e teve uma forte atuação nas letras paraibanas. Seus poemas são curtos, versos simples, destacando aspectos da vida cotidiana.
A poetisa foi brutalmente assassinada no dia 21 de agosto de 1982.
Cátia de França
A compositora, cantora e multi-instrumentista Cátia de França tem 75 anos. Sua música tem como fonte a literatura. Em suas canções, a compositora fala sobre as paisagens do Nordeste, a força da mulher, lutas, arte, ancestralidade e racismo. Sua discografia inclui os LPs ‘Feliz demais’, ‘Olinda’, 'Avatar', Cátia de França canta Pedro Osmar’, entre outros.
Elba Ramalho
Elba Ramalho nasceu em Conceição, município do Sertão paraibano, em 1951. Menos de 20 anos depois, subiu ao palco pela primeira vez e o reconheceu como seu lugar de fala. Desde então, se consolidou como sinônimo de Nordeste, de Paraíba e de inspiração para gerações guiadas pela obra que ela edificou.
Zabé da Loca
Zabé é nascida em Buíque, Pernambuco. Ainda adolescente foi para o município de Monteiro, na Paraíba, e viveu no assentamento Santa Catarina, em uma casa que ganhou do Incra no processo de reforma agrária. Além do pífano, a vida passada na antiga loca define a figura de Zabé. O apelido acabou por virar seu nome artístico. Ela morreu em agosto de 2017.
Danny Barbosa
Professora e atriz, Danny Barbosa foi uma das primeiras estudantes trans na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela estreou no cinema com “Hosana nas Alturas”, de Eduardo Varandas, em 2017. Participou de “Sol, Alegra”, de Tavinho Teixeira, em 2018, e “O Seu Amor de Volta – Mesmo Que Ele Não Queira”, de Betrand Lira, em 2019.
Seu trabalho mais conhecido foi “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho, em 2019, com o papel de Darlene. Além de atriz, Danny é professora de português da rede municipal de ensino de João Pessoa, em turmas de 6° ano do ensino fundamental e para adultos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Em 2020, estreou seu primeiro filme como diretora e roteirista, “Café com Rebu”.
Val Donato
Natural de Campina Grande, Agreste da Paraíba, Val Donato é vocalista e compositora. Iniciou a carreira em 2006 e a partir de 2010 começou a se destacar no cenário musical paraibano.
Acompanhada à época pelo grupo “Os Cabeças”, abriram diversos shows, a exemplo de Titãs, O Rappa, Maria Gadu, Capital Inicial entre outros, e também se apresentou em importantes festivais nacionais como o Planeta Rock, em São Paulo.
Em 2013, lançou o disco “Café Amargo”, que traz 12 composições da artista e foi relançado nacionalmente em 2015 pela distribuidora Brazil Deluxe. Além dos trabalhos autorais, no entanto, Val também é conhecida pelas homenagens que faz a grandes artistas, como o Tributo a Chico Science (2017) e o Tributo a Bob Marley (2018).
Íracles Pires
Íracles Pires nasceu em Cajazeiras, no Sertão, e durante sua vida atuou como teatróloga e escritora. Na adolescência mudou-se para o Rio de Janeiro, e se formou em Teatro na Faculdade de Belas Artes do Rio de Janeiro.
De volta a Paraíba, trabalhou no Teatro Amadores de Sousa. Entre as peças que montou, figuram o “Auto da Compadecida”, “Afilhada de Nossa Senhora da Conceição” e “Fui eu… mas não espalhe“. Dona Ica faleceu em 9 de março de 1979, aos 46 anos, em um acidente de carro em Jequié, na Bahia.
Maria Valéria Rezende
Nascida em uma família de escritos, Maria Valéria Rezende é paulista radicada na Paraíba e sempre teve na leitura o único lazer nas horas vagas. Morou na Argélia, no Timor, na China e no México, onde ensinou camponeses a ler e a escrever através da metodologia de educação popular freiriana, trabalho que também desenvolveu no Brasil. Publicou livros como “Vasto Mundo” e “O voo da Guará Vermelha”. Em 2009, ganhou o primeiro Jabuti, na categoria infantil, com a obra “No risco do caracol”; em 2013, outro Jabuti com o romance “Ouro dentro da cabeça”.
Mestre Penha
Maria da Penha Anjos do Nascimento, conhecida como Penha Cirandeira, nasceu em Goiana, Pernambuco, mas se enraizou no município de Sapé, na Paraíba. Ela é mestra de coco de roda e ciranda. A história de Penha é marcada por dificuldades. Ela se encontrou na ciranda e no coco de roda.
Vó Mera
Domenica Nicolau da Silva, conhecida como Vó Mera, nasceu em Alagoinha, no Brejo do estado, e atua como cirandeira e cantora de coco de roda.
Ela é uma das referências da cultura popular do estado, e já se apresentou em diversos estados do país, além de já ter sido premiada quando recebeu o título de “Mestre das Artes”.
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