Clonagem de carros

Uma ação integrada das polícias Civil e Rodoviária Federal (PRF) culminou na prisão de nove pessoas acusadas de receptação e na descoberta de um suposto esquema criminoso que pode ter provocado um ‘rombo’ milionário em vários Estados do país. O crime é bastante conhecido, mas difícil de ser combatido: o roubo e a clonagem de automóveis. Ontem foram apreendidos nove veículos clonados em Patos, no Sertão paraibano.

A investigação policial descobriu que os carros foram adulterados por uma organização criminosa com ramificações nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

A operação ‘Jacó’ começou no início da semana e apura a existência de uma rede especializada no roubo de carros novos e na adulteração dos veículos.

Os automóveis foram adquiridos por comerciantes do Sertão, que também estão sendo investigados. A polícia agora procura o caminho realizado pelos fraudadores na montagem dos veículos clonados que chegaram a ter documentação falsificada e passavam por blitz sem dificuldades. O montante roubado e o valor adquirido pela quadrilha com a prática dos crimes ainda estão sendo levantados pela polícia, mas apenas os veículos apreendidos somam mais de R$ 300 mil.

Segundo a delegada Ana Valdenice, os nomes dos acusados de receptação não foram divulgados para não atrapalhar as investigações. Os carros eram roubados em Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal. De lá, os veículos eram trazidos para a Paraíba e as suspeitas são de que eles seriam adulterados em oficinas especializadas nesse tipo de serviço.

Para articular o esquema, conforme a Polícia Civil, a quadrilha pode ter tido o auxílio de funcionários públicos, que atuariam dando legalidade ao processo de adulteração de parte dos veículos e também de documentos. “São carros novos anos 2010 e 2011. Estamos investigando, mas esses veículos eram adulterados em Pernambuco e passados para revenda em Patos a preços muito aquém do mercado local”, afirmou Ana Valdenice.

Novas prisões e apreensões podem ser realizadas nos próximos dias. “A clonagem foi especializada, os carros passavam até por blitz e eram liberados. Eles clonavam as placas, adulteravam chassi e motor, além de utilizar documentação de um lote roubado, oriundo do Departamento de Trânsito (Detran) de Goiás”, concluiu a delegada Ana Vadenice. Depois de serem ouvidos ontem, os acusados foram autuados e encaminhados para o presídio regional de Patos.