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SILVIO OSIAS

Sem Osmar Macedo, nascido há 100 anos, o carnaval da Bahia não seria o que é

Publicado em 23/03/2023 às 10:05


                                        
                                            Sem Osmar Macedo, nascido há 100 anos, o carnaval da Bahia não seria o que é

"Dodô, Dodô, antes do gringo a guitarra ele inventou/Osmar, Osmar, o carnaval veio trieletrizar" - cantava Moraes Moreira, em cima do caminhão, no carnaval de 1980.

E seguia: "Logo depois da guerra, na minha terra, a Bahia/Dois baianos sem compromisso/Descobriram que o cepo maciço/Evitava o fenômeno da microfonia/E assim, com o nome de pau elétrico/Nasceu um dia a guitarra/Na Bahia, Bahia, Bahia".

O pau elétrico, embrião da guitarra baiana, já existia quando, em 1949, o clube Vassourinhas, do Recife, se apresentou no carnaval de Salvador. O eletrotécnico Dodô e o músico Osmar ficaram loucos com a exibição do frevo pernambucano e resolveram que, a partir do ano seguinte, sairiam no carnaval em cima de uma fobica, tocando seus instrumentos elétricos. Essa é a origem do que viria a se chamar de trio elétrico e também do frevo baiano.

Quase duas décadas se passaram até que o fenômeno restrito ao carnaval da Bahia conquistasse dimensão nacional. Em 1969, confinado em Salvador, depois de ser preso pela ditadura militar, Caetano Veloso gravou (voz e violão) as músicas que comporiam o repertório do seu próximo disco. A finalização do álbum foi feita quando ele já partira para o exílio em Londres, sob a batuta do maestro tropicalista Rogério Duprat.

"Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu". Um frevo, uma das faixas do disco se chamava Atrás do Trio Elétrico, e foi ela que projetou nacionalmente a invenção de Dodô e Osmar. Na gravação, quem fazia a guitarra era Lanny Gordin. Curioso é que, no solo dele, havia tanto a sonoridade parecida com o o velho pau elétrico quanto a saturação das guitarras do pop/rock internacional do final dos anos 1960.

Ao mesmo tempo, um dos filhos de Osmar se tornava conhecido tocando bandolim no programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti. O nome dele era Armando Macedo, ou Armandinho, que, embora ainda fosse adolescente, já despontava como um mestre do seu instrumento. Tocava tanto que impressionou o mestre dos mestres, Jacob do Bandolim.

Do bandolim para a guitarra baiana. Da sonoridade primeira do trio para o diálogo com as guitarras do pop/rock. Armandinho era o futuro do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Por isso, o grupo, ampliado no número de músicos, passou a se chamar Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar. Com um disco anual nas lojas e um sucesso estupendo no carnaval de Salvador, ganhou até um cantor oficial: o ex-Novos Baianos Moraes Moreira.

Outros três filhos de Osmar se integraram ao trio: o baixista Betinho, o guitarrista Aroldo e o cantor André, que, aos poucos, ficou no lugar de Moraes Moreira.

Em meados da década de 1980, um outro fenômeno dominou o carnaval da Bahia: a axé music. Não haveria axé sem o Trio Elétrico Dodô e Osmar, mas, ironicamente, foi a axé music que tirou o protagonismo do trio.

Dodô - Adolfo Antônio do Nascimento - nasceu em 1920 e morreu em 1978, quando o trio estava no auge. Osmar - Osmar Álvares Macedo - nasceu em 1923 e morreu em 1997, quando a axé music estava no auge.

Nesta quarta-feira, 22 de março de 2023, fez 100 anos do nascimento de Osmar Macedo. Viva Dodô e Osmar!

Imagem ilustrativa da imagem Sem Osmar Macedo, nascido há 100 anos, o carnaval da Bahia não seria o que é

Silvio Osias

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