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Diretora do Flamengo é indiciada por ataques ao Nordeste durante as eleições de 2022
Ângela Machado, além de diretora do Flamengo, é casada com o presidente do clube carioca, Rodolfo Landim. O casal apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas últimas eleições.
Publicado em 11/04/2023 às 12:32
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Na última quinta-feira (5), a diretora do Flamengo, Ângela Machado Landim, da pasta de Responsabilidade Social do clube, foi indiciada pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Rio de Janeiro, pelo crime de xenofobia. Ângela usou suas redes sociais para atacar a região Nordeste após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022. Ela e o marido, Rodolfo Landim, que é presidente do Flamengo, apoiaram o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no último pleito.
Lula obteve 69,34% dos votos válidos no Nordeste, enquanto Bolsonaro somou 30,66% dos votos. Na Paraíba, o atual presidente venceu em todas as cidades do estado. A larga vantagem na região foi o fator crucial para a vitória do petista na disputa para presidente da República. Por ser a única das cinco regiões do país em que Lula saiu com vantagem, o Nordeste foi duramente atacado pela parcela bolsonarista do país. De acordo com a Central Nacional de Denúncias da Safernet, os casos de xenofobia na internet cresceram 874% em 2022. A normalização da internet como um ambiente hostil foi a porta de entrada para a diretora do Flamengo destilar ataques xenofobicos.
Ângela Machado, para enfatizar a vitória de Bolsonaro nas outras quatro regiões do país, mas sobretudo no Sul e Sudeste, usou as redes sociais para atacar a região Nordeste: “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias”.
Fazendo alusão ao apelido “gado”, que se popularizou para categorizar a ala mais radical dos eleitores bolsonaristas, a diretora do Flamengo ofendeu os nordestinos de forma mais ostensiva, chamando-os de “carrapato”: “Se o gado morrer o carrapato passa fome”.
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Diretora do Flamengo pediu desculpas após post xenofobico
A diretora do clube rubro-negro, que é natural de Aracaju, capital sergipana, usou as mesmas redes sociais para se desculpar por suas palavras ofensivas.
"Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente", publicou a diretora do Flamengo.
O crime de xenofobia, no Brasil, está regulamentado pelo artigo 20 da lei nº 7.716/89. A pena pode variar entre um a três anos de reclusão, além de multa.
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