ESPORTES
Relembre a trajetória do Campinense em título do Nordestão de 2013
A Raposa foi campeã do maior torneio regional do país ao derrotar o ASA de Arapiraca na final da competição.
Publicado em 16/04/2023 às 12:06
Diante de mais de 20 mil pessoas que lotaram o Amigão, em Campina Grande, o Campinense bateu o Asa de Arapiraca e foi campeão da Copa do Nordeste há 10 anos, em 2013. Uma década depois, a Raposa ainda mantém a marca atingida naquele ano, de ser o único clube paraibano a ter vencido o título do maior torneio regional do país. Relembre abaixo o caminho do Campinense rumo à conquista histórica.
A trajetória do Campinense na disputa do Nordestão de 2013 foi assunto de uma série especial desenvolvida pelo ge Paraíba e também é tema do Paraíba Comunidade deste domingo (16), nas TVs Cabo Branco e Paraíba.
Os primeiros passos rumo ao título
A jornada do Campinense na ‘Lampions’ começou com um sorteio indigesto na fase de grupos. Dois outros tradicionais clubes no âmbito do Nordeste, Santa Cruz, de Pernambuco, e CRB, de Alagoas, além do Feirense da Bahia, foram os rivais da primeira fase no grupo D. Na época, com outro formato, a competição tinha quatro grupos formados por quatro times, com os dois primeiros de cada chave se classificando.
A primeira partida do Campinense na competição terminou empatada em 2 a 2, contra o Feirense, fora de casa. Mas, a equipe de Campina Grande começou a embalar no torneio posteriormente, a partir da segunda rodada, em jogo no Amigão contra o Santa Cruz.
Em seus domínios, a vitória do time rubro-negro foi impactante, por 3 a 0, contra os pernambucanos. Depois do grande resultado, duas partidas contra o CRB e outros pontos conquistados, com duas vitórias.
A única derrota do time na campanha da primeira fase aconteceu somente no penúltimo jogo da fase de grupos, contra o Santa Cruz, no Arruda. O revés foi por 2 a 0. Chegando já classificado para a última rodada, a equipe comandada pelo técnico Oliveira Canindé venceu por 1 a 0 e ao fim da classificação se manteve no segundo lugar do grupo.
Mata-mata histórico
Se na própria fase de grupos o caminho do Campinense foi árduo, pegando times fortes como Santa Cruz e CRB, no mata-mata não seria diferente, afinal a segunda fase da competição reunia os melhores times até o momento.
Logo de cara, nas quartas de final da competição, a Raposa enfrentou o Sport, que tinha terminado na primeira colocação de seu grupo na primeira fase. O confronto foi definido em dois jogos, com o primeiro acontecendo em Campina Grande e a decisão final em Recife, na Ilha do Retiro, já que o mando de campo era definido pela melhor classificação na fase anterior.
Na ida, no estádio Amigão, o resultado foi um monótono 0 a 0, no entanto, com as melhores chances tendo sido criadas pelo ‘Leão da Ilha’. O empate manteve certas esperanças do Campinense contra um time que era considerado favorito, afinal disputava a Série B do Brasileirão à época e também tinha uma folha salarial muito maior.
Na volta, a decisão parecia pender ainda mais em favor do Sport, que além do favoritismo tinha a torcida ao seu lado. E logo de cara o time de Pernambuco abriu o placar, com Felipe Azevedo. Mas a reação do Campinense veio logo depois, com Bismarck. No começo do segundo tempo, Zé Paulo virou o jogo, no entanto isso não fez com que o Sport desistisse.
De pênalti, Felipe Azevedo empatou e a partida terminou em 2 a 2. Como o gol fora era critério de desempate no mata-mata da competição, os dois gols na Ilha do Retiro garantiram a vaga nas semifinais.
Outro leão pela frente
Se as quartas de final já tinham dado uma mostra de que o Campinense era capaz de derrotar os times mais poderosos do Nordeste, as semifinais ratificaram isso ainda mais. A Raposa desta vez teve pela frente outro leão, o Fortaleza.
Ao contrário dos jogos contra o Sport, a primeira partida das semifinais foi realizada fora de casa, no Castelão, e a volta aconteceu em Campina Grande. No Ceará, o Fortaleza chegou a abrir 2 a 0 de vantagem no placar, mas um gol de Ricardo Maranhão foi crucial para manter vivo a Raposa no confronto.
Na partida da volta, no Amigão, uma vitória magra do Campinense. 1 a 0, com gol de pênalti de Zé Paulo. Com o triunfo, o time rubro-negro colocou a Paraíba na final da Copa do Nordeste pela primeira vez em toda a história da competição regional.
Campeão do Nordeste
Depois de deixar pelo caminho dois gigantes do Nordeste, só faltava um obstáculo para o título do Campinense na competição, o Asa de Arapiraca, que durante o torneio já havia despachado bons times como o ABC e o Ceará.
Assim como na fase de semifinal, o jogo da volta, a grande decisão, aconteceu em Campina Grande, enquanto o primeiro jogo em Alagoas, no estádio Coaracy da Mata, também conhecido como Fumeirão. Com uma presença maciça de torcedores raposeiros no estádio, o Campinense bateu de frente com o Asa e foi melhor que o rival durante a partida.
Abrindo o placar logo aos 5 minutos, fazendo jus a superioridade, com o lateral Tiago Granja invadindo a área e chutando cruzado, a Raposa começou com tudo. O gol campineiro atordoou o Asa, que só conseguiu criar algum perigo no final da primeira etapa.
Também no começo do segundo tempo, mas desta vez aos 15 minutos, o Campinense ampliou o placar para 2 a 0, com Zé Paulo recuperando a bola do zagueiro rival, passando pelo goleiro e tocando para Jefferson Maranhese só ter o trabalho de empurrar para o fundo das redes. Wanderson, no final da partida, ainda conseguiu descontar para o ASA naquela altura.
Com o placar a seu favor, em Campina Grande a grande decisão poderia ser ainda mais tranquila do que foi o primeiro jogo. Com a vantagem de um empate, o rubro-negro tinha a taça na mão.
Administrando o resultado, os comandados de Oliveira Canindé não marcaram gols na primeira etapa, mas também não sofreram muitos sustos. A emoção mesmo só ficou guardada para a etapa final. O primeiro gol aconteceu com Zé Paulo, que partiu com extrema velocidade para o ataque, entrou na área e passou para Jeferson Maranhense fazer de peixinho 1 a 0.
Com muita festa da torcida e gritos de ‘olé’ na arquibancada, o gol do título veio logo em sequência. Danilo Portugal tocou para Dedé, que saiu em disparada. Ele entrou na área e até poderia chutar em gol, mas preferiu passar para Ricardo Maranhão, livre, fazer 2 a 0.
Aquele momento deixou a Paraíba pela primeira vez no topo da maior competição regional do Nordeste, afinal aquele título é o único de uma equipe no estado na Copa do Nordeste, O estado ainda chegou em outras duas finais recentemente. Em 2016, a Raposa lutou pelo bicampeonato, mas acabou superado pelo Santa Cruz. Já em 2019, o Botafogo-PB enfrentou o Fortaleza, mas também acabou com o vice-campeonato.
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