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VIDA URBANA

AVC faz 1,2 mil vítimas por ano

Dados do Ministério da Saúde mostram que em 10 anos 12.406 paraibanos já foram acometidos por Acidente Vascular Cerebral.

Publicado em 06/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 12:11


“Eu fumo desde os nove anos de idade. Já tentei parar, mas não consigo largar o vício. Além disso sou hipertenso e tomo remédio para controlar a minha pressão arterial”, relatou o aposentado Manoel Feliciano da Silva, 68 anos, que, segundo especialistas, está inserido no grupo de risco para a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que já acometeu 12.406 paraibanos em 10 anos, o correspondente a uma média de 1.240 pessoas vitimadas pela doença anualmente.

Os dados são referentes ao período de 2002 a 2012 e estão disponíveis no Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab), do Ministério da Saúde. Ainda de acordo com o sistema, apenas em janeiro deste ano, já foram confirmados 75 casos de AVC no Estado.

Segundo especialistas, hipertensos e diabéticos exigem tratamento e precisam de acompanhamento médico permanente para o controle da pressão arterial e o nível de açúcar no sangue, pois pessoas com pressão arterial e glicemia anormais estão mais propícias de serem acometidas por derrames cerebrais, bem como quem mantém o vício de fumar, já que o cigarro é um fator de alto risco para acidentes vasculares.

De acordo com a coordenadora do Núcleo de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Gerlane Carvalho, a pasta realiza ações de saúde e agravos durante todo ano, mas com enfoque no dia 26 de abril, quando é comemorado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial. “Nossas ações são voltadas para a informação sobre a hipertensão, tabagismo e diabetes que são considerados fatores de risco para outras doenças como o AVC, bem como orientamos a população para um estilo de vida mais saudável, como uma nutrição balanceada e a prática de exercícios físicos”, disse.

Além disso, a secretaria realiza capacitações de atualização para os agentes de saúde, com a participação de médicos especialistas, assim como um seminário de doenças e agravos não transmissíveis (DATs), que geralmente acontecem uma vez por ano, durante o segundo semestre.

Conforme o médico neurologista, Artur Bernardes, o Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral, pode ser de dois tipos, mas é uma emergência médica e a família deve encaminhar a vítima imediatamente para atendimento hospitalar.

“O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. O primeiro caso ocorre pela falta de circulação numa área do cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia, que ocorre, em geral, em pessoas mais velhas com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes. Já o acidente vascular hemorrágico, é um sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue, traumatismos”, classificou.

Artur Bernardes destacou que as células cerebrais não se regeneram nem há tratamento que possa recuperá-las, mas existem recursos terapêuticos, como fisioterapias, capazes de ajudar a restaurar funções, movimentos dos membros afetados e fala, que quanto antes começarem a ser aplicados, os resultados serão mais satisfatórios. “Os pacientes que apresentam mais de 70% de vasos obstruídos é sinal de alerta e está mais propício a ter o AVC grave. Com menos de 70% ele também terá sequelas, porém de menor intensidade”, frisou.

RECOMENDAÇÕES
Ao finalizar, o neurologista recomendou uma dieta equilibrada, reduzindo a quantidade de açúcar, gordura, sal e bebidas alcoólicas, além de abandonar o fumo. “É preciso estabelecer um programa regular de exercícios físicos, como caminhadas diárias de 30 minutos. Procurar se distrair para reduzir o nível de estresse também é importante”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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