VIDA URBANA
Correios atrasam entrega de quase 50 mil encomendas na PB
Segundo Sintect-PB, o problema é acarretado pelo déficit no número de carteiros, pois existem apenas 540 profissionais.
Publicado em 03/02/2016 às 8:23
A entrega de correspondências e objetos, realizada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), está ocorrendo com atraso em todo o Estado, conforme relatos da população e do próprio Sindicato dos Trabalhadores dos Correios da Paraíba (Sintect-PB), que informou que aproximadamente 50 mil objetos estão deixando de serem entregues diariamente. Para a categoria, o problema é acarretado pelo déficit no número de carteiros, pois existem apenas 540 profissionais distribuídos entre os municípios paraibanos.
De acordo com o diretor do Sintect-PB, Husman Tavares, do total de carteiros na Paraíba, cerca de 200 deles trabalham somente em João Pessoa, o que sugere uma má distribuição desses profissionais no Estado, prejudicando ainda mais a população das cidades do interior que dependem do serviço. “Há carteiros atuando em até cinco cidades, fazendo um trabalho rotativo. Com isso, se torna impossível fazer as entregas em dia. O efetivo que temos hoje precisa fazer hora extra todos os dias, mas não é dessa forma que o problema será resolvido”, afirmou.
A lojista Andreia Barros, 32 anos, que mora em João Pessoa, compra mercadorias a baixo custo em outros Estados para vender na capital e depende do serviço dos Correios. Ela denunciou o descumprimento no prazo de entrega. “Está um absurdo. No final do ano, por exemplo, só recebi as roupas com atraso e recebi muita reclamação das clientes que contavam com aquele look para as festividades de Natal e Ano Novo. Mesmo pedindo a entrega por Sedex, ainda recebo meus pedidos com atraso”, relatou.
Para Husman Tavares, o problema é causado pela falta de trabalhadores no setor, uma vez que o número de carteiros é inferior ao necessário para atender a demanda. Segundo ele, a empresa está terceirizando os serviços com o intuito de privatizá-los, já que 177 pessoas foram aprovadas no último concurso dos Correios, realizado em 2011, e ainda aguardam pela nomeação.
“Se essas pessoas fossem chamadas iria amenizar o atraso nas entregas, mas a empresa não faz a nomeação. Isso é proposital por parte da empresa, para manchar a nossa empresa e a população clamar pela privatização. É uma maneira perversa e sorrateira de privatizar, terceirizando alguns trabalhos. Neste ano, 2 mil agências públicas serão fechadas em todo o país, sendo 18 só na Paraíba. Não é que elas deixarão de existir, mas que serão privatizadas pela terceirização dos serviços”, destacou.
No entanto, a ECT assegurou, por meio de nota emitida pela assessoria de comunicação, que “não está havendo atraso na distribuição. Os problemas, pontuais, têm sido prontamente resolvidos. Em relação ao concurso de 2011, as contratações estão paradas em todo o país”.
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