Dia do Livro Infantil: leitura na infância estimula a memorização e concentração, diz neuropediatra

O Dia Nacional do Livro Infantil é celebrado nesta terça-feira (18) e, o JORNAL DA PARAÍBA conversou com a neuropediatra paraibana Suênia Timótheo, que explicou como o hábito da leitura na infância traz inúmeros benefícios para a vida dos pequenos.

Em meio ao uso desenfreado das telas, onde aplicativos de vídeos e jogos são as únicas escolhas da maioria das crianças, ver algumas delas agarradas com livros e com o hábito de leitura, traz alívio. Sabemos que quanto mais cedo elas forem expostas ao mundo da literatura, as chances deles levarem o hábito de ler adiante são altas.

A neuropediatra explica que a leitura é uma prática que quando estimulada desde a infância, seguindo pela adolescência, permite o desenvolvimento de uma maior capacidade de raciocínio e de me memorização, além de estimular o exercício de concentração e compreensão dos mais variados contextos. O hábito também facilita o desenvolvimento da linguagem, aumenta a capacidade criativa e incentiva a imaginação, bem como garante a aquisição de repertório amplo para habilidades neuropsicológicas, desde a infância até a vida adulta profissional.

A leitura também pode contribuir na redução da ansiedade por auxiliar os pequenos a desenvolver habilidades socioemocionais, como identificar seus sentimentos e aprender a lidar com eles, sempre de acordo com cada faixa etária.

“Através da leitura, permitimos o uso da imaginação para acessar as mais variadas formas de perceber situações do mundo sob diferentes visões, favorecendo a introdução da linguagem como forma de se conectar socialmente com o mundo ao seu redor e fornecendo mais chances de descoberta, ativando assim a memorização, garantindo aprendizado e construindo sua identificação com o mundo, que vai desde a formação dos vínculos afetivos, a troca compartilhada, até formar as habilidades intelectuais e socioemocionais”, explicou a dra. Suênia Timótheo.

Como incluir os livros na rotina das crianças

A neuropediatra incentiva os familiares a promover um acesso mais emocional dos livros, desde a primeira infância (já na fase pré-escolar), através, inicialmente, de um simples folhear de páginas, avançando para uma leitura de imagens de modo mais dinâmico, com a finalidade de tornar a relação das crianças com os livros, mais natural.

Segundo a especialista, após dar os primeiros passos rumo à inclusão de livros na rotina dos pequenos, pode-se iniciar a contação de histórias com entonações variadas, para envolver a energia deles naquele “universo do momento”. A atividade é prazerosa e promove a aproximação entre pais e filhos.

A médica também explica que, posteriormente, já na fase escolar, os pais passam para um novo “nível”, realizando junto às crianças, uma leitura com função mais intencional, transformando-a em uma intenção pedagógica com exercícios de estímulo intelectual, mas sempre utilizando métodos que instiguem emoções na criança para que busquem, investiguem e reflitam sobre o que é trabalhado em cada temática.

Outra boa dica é estar bem informado sobre as recomendações dos especialistas. Para isso, continue acompanhando mais notícias de educação no Jornal da Paraíba e saiba quais são informações mais recentes dos especialistas.

Além dos “Contos de Fadas”

A neuropediatra incentiva que, além de buscar livros com complexidade de acordo com a idade da criança, a família inclua a leitura de estórias/histórias que remetam à situações das quais os filhos estejam vivendo e, a partir disto, valorizar as memórias de leituras anteriores e instigar a busca de novas leituras, permitindo a criação de memória afetiva. “A família precisa ter o desejo de inserir os filhos no gostar de livros!”, enfatizou.

Leitura é vida

A médica finaliza ressaltando que é a partir da leitura que damos o primeiro passo para ampliar o repertório de linguagem, o repertório emocional e o repertório cognitivo das crianças e dos adolescentes. “Pratiquem a leitura nas suas mais variadas formas e dimensões, pois nós somos e sentimos aquilo que lemos ou ouvimos e todo o desenvolvimento se projeta através disto”, orientou.

Dia Nacional do Livro Infantil

A escolha do dia é uma homenagem ao escritor Monteiro Lobato, que nasceu em 18 de abril de 1882 e é considerado um dos mais importantes autores de livros infantis da literatura brasileira. A data foi instituída em 2002 pelo governo brasileiro e tem como objetivo estimular o hábito da leitura entre as crianças, além de incentivar a produção de livros voltados para esse público.