SAÚDE
Lúpus: o que é, sintomas e tratamento
Doença inflamatória crônica e autoimune, com sintomas variáveis, não tem cura; 10 de maio é o dia mundial da conscientização sobre lúpus.
Publicado em 10/05/2023 às 10:20 | Atualizado em 10/05/2023 às 11:42
O lúpus ainda é um tabu na sociedade. A doença inflamatória crônica é de caráter autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico da pessoa ataca tecidos saudáveis do próprio corpo. Em casos mais graves, pode matar. O dia mundial de conscientização sobre lúpus é neste 10 de maio.
Além disso, os sintomas da doença como o ‘rash cutâneo’, um tipo de vermelhidão na face em forma de borboleta sobre as bochechas e a ponta do nariz, lesões na pele e também a queda de cabelo podem ser uma barreira na socialização de pessoas com a doença, devido ao preconceito da sociedade.
O JORNAL DA PARAÍBA explica detalha o que é lúpus, sintomas, fatores de risco e o tratamento.
O que é lúpus?
Como uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro, a doença não tem cura e se não tratada adequadamente, pode matar.
De acordo com o Ministério da Saúde, dentre as mais de 80 doenças autoimunes conhecidas atualmente, o lúpus é uma das mais graves e importantes.
Por ser autoimune, a doença faz com que o sistema imunológico da pessoa ataca tecidos saudáveis do próprio corpo, por engano.
Quais os sintomas do lúpus?
A doença provoca uma inflamação nos vasos sanguíneos, e como eles estão por toda parte do corpo, pode disseminar para qualquer lugar do organismo, tendo consequências mais sérias quando atinge os rins e o sistema neurológico.
SÃO SINAIS DE ALERTA\:
- dor articular
- cansaço desproporcional e sem explicação
- manchas na pele
- queda de cabelo (porque o folículo fica inflamado)
- dor para respirar, parece uma dor muscular, mas não vai embora
- febre
Quais os tipos de lúpus?
Também segundo o Ministério da Saúde, a doença pode se manifestar de quatro principais maneiras diferentes em cada individuo. Cada uma dessas formas têm causas distintas. Veja abaixo.
Lúpus Discoide
É um tipo da doença que fica limitado à pele da pessoa. Pode ser identificado com o surgimento de lesões avermelhadas com tamanhos, formatos e colorações específicas na pele, especialmente no rosto, na nuca e/ou no coro cabeludo.
Lúpus Sistêmico
É o tipo mais comum e pode ser leve ou grave, conforme cada situação. Nessa forma da doença, a inflamação acontece em todo o organismo da pessoa, o que compromete vários órgãos ou sistemas, além da pele, como rins, coração, pulmões, sangue e articulações. Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem, eventualmente, evoluir para sistêmico.
Lúpus induzido por drogas
É comum e acontece porque substância de algumas drogas e/ou medicamentos podem provocar inflamação com sintomas parecidos com o lúpus sistêmico. No entanto, a doença, nesse caso, tende a desaparecer assim que o uso da substância terminar.
Lúpus neonatal
É bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm lúpus. Normalmente, ao nascer, a criança pode ter erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente após alguns meses.
Com alerta o ministério, alguns bebês diagnosticados com lúpus neonatal podem desenvolver problemas cardíacos graves. No entanto, devido o avanço da ciência, com testes e exames, os médicos podem identificar as mães em risco e também fazer o tratamento adequado antes ou depois do nascimento da criança.
Quais os fatores de risco do lúpus?
O lúpus não é uma doença que tenha fatores de risco pré-determinados, mas o problema é mais comum em mulheres do que homens, conforme o Ministério da Saúde. Além disso, a maior parte dos diagnósticos pela doença acontece entre os 15 e os 40 anos de idade.
Além disso, a doença é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas. A incidência chega a ser três a quatro vezes maior em mulheres negras do que em mulheres brancas.
Qual o tratamento para lúpus?
As formas de tratamento contra a doença, que são diferentes em cada caso, tem um caráter paliativo, ou seja, com objetivo de controlar os sintomas, melhorando a qualidade de vida das pessoas, já que não existe cura para o problema até o presente momento.
A doença leve pode ser tratada com acompanhamento médico e o uso de anti-inflamatórios não esteroides para artrite e pleurisia, protetor solar para as lesões de pele, corticoide tópico para pequenas lesões na pele, além do uso da droga antimalárica (hidroxicloroquina).
Para os casos mais graves, o Ministério da Saúde fala sobre uma alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo (imunossupressores) e drogas citotóxicas (drogas que bloqueiam o crescimento celular), quando não houver melhora com corticoides ou quando os sintomas piorarem depois de interromper o uso.
Um acompanhamento médico é essencial em qualquer caso, já que os medicamentos utilizados podem gerar efeitos colaterais graves.
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