Na política, quem está no jogo não antecipa escalação

O ex-prefeito de Campina Grande e deputado federal, Romero Rodrigues (Podemos), disse hoje que é "candidato" somente a "concluir o mandato" na Câmara Federal. A publicação, feita nas redes sociais, ocorre após uma série de especulações e acenos feitos por partidos da base do governador João Azevêdo (PSB) para que o ex-gestor volte a disputar a prefeitura campinense.

Cauteloso, Rodrigues tem evitado entrar nesse debate - muito embora o burburinho há tempos tenha percorrido as ruas da cidade.

Fato é que a convivência dentro do mesmo grupo, de aliados mais próximos de Romero e do prefeito Bruno, tem passado por solavancos quase intermináveis, com queixas dos dois lados.

Mas a frase curta, escrita pelo ex-prefeito hoje para tentar estancar as teorias sobre uma possível candidatura sua, tem pouca relevância - se considerado o contexto temporal em que foi publicada. Ela não é, e não poderia ser, terminativa.

É que, na política, quem está no jogo não costuma contribuir para antecipações. Colocar o 'nome na praça', para avaliação do eleitorado, é algo comum àqueles que ainda não construíram um nome potencialmente competitivo para disputas. E esse não é o caso, obviamente, do ex-prefeito campinense.

Bem avaliado após 8 anos de mandato, Romero saiu das urnas em 2022 fortalecido. Foi o deputado federal mais votado da história de Campina Grande - quase 70 mil votos na cidade.

Portanto, não é interessante para ele, assim como para qualquer candidato competitivo, a antecipação desse processo. Fazendo uma alusão ao futebol, é semelhante às finais de Copa do Mundo, quando os treinadores costumam guardar com sete chaves a escalação das equipes.

Restando ainda mais de um ano para o processo eleitoral de 2024, é impossível dizer se Rodrigues entrará na disputa pela prefeitura. A tese mais lógica é a de manter a composição com o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD), eleito em primeiro turno em 2020 com o seu apoio.

As definições mesmo só acontecerão quando o ainda distante São João de 2024 estiver indo embora. Lá, aí sim, a depender do contexto e dos ventos da política, é que se terá ciência sobre quem encarará o pleito. Até 2024, tudo que for dito ou escrito é passível de modificações...