VIDA URBANA
Camelôs 'bloqueiam' Integração
Ambulantes e alternativos se aglomeram próximo aos portões de acesso ao Terminal e desagradam os usuários.
Publicado em 23/06/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 15:42
Carrinhos de venda de frutas, verduras, CDs, DVDs e controles remotos deveriam estar em espaços públicos destinados aos comerciantes informais, como os shoppings populares ou feiras, mas eles estão na calçada, obstruindo a passagem de quem sai do Terminal de Integral de Ônibus, no bairro do Varadouro, em João Pessoa. Ambulantes se aglomeram próximo aos portões de saída e entrada do Terminal e desagradam os usuários do serviço. Motoristas de alternativos também se concentram no local, agravando o problema.
Para quem desembarca na Integração com destino ao Terminal Rodoviário Severino Camelo, localizado bem ao lado, acaba sofrendo ainda mais com a situação, pois além de carregar bagagens é preciso desviar dos ambulantes e alternativos, como contou o estudante Mateus Araújo, 22 anos.
“Eu acho isso um absurdo. Você fica acuado na saída da integração. São vários carrinhos no meio da calçada dificultando a passagem dos pedestres. E como se não bastasse, ainda fica um barulho quase ensurdecedor das músicas dos carrinhos de CD, misturado aos gritos dos motoristas dos carros alternativos”, relatou.
Quem anda com criança ou idosos também reclama do problema e denuncia a falta de respeito desses profissionais e da falta de fiscalização por parte do poder público, como observou a dona de casa Maria da Penha, 31 anos, que tem dois filhos pequenos. “Eu não tenho com quem deixar meus filhos, por isso os trago para o Centro quando venho resolver algum problema, mas toda vez é uma agonia depois que descemos do ônibus. A gente quer passar, mas esses motoristas de alternativos ficam aqui na frente do portão, gritando, e depois são os ambulantes. Tenho que colocar os dois meninos no colo para poder passar porque se for pegando na mão a gente não sai do lugar”, asseverou.
Um ambulante que preferiu não se identificar disse que trabalha na rua porque não tem lugar para colocar a banda de frutas, de onde tira o sustento da família. “O fluxo de pessoas aqui é grande e eu preciso trabalhar, vender minhas coisas para poder levar dinheiro para casa. Minha família depende disso aqui. Se a gente trabalha como ambulante na rua é porque não tem lugar certo pra gente ficar. Tenho certeza que nenhum de nós gosta de ficar debaixo de sol e chuva para ganhar o pão de cada dia”, retrucou.
SEDURB
O titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Hildevânio Macedo, disse, por meio da assessoria de comunicação, que desde o mês de janeiro, o órgão vem realizando a operação 'Passeio Livre', que visa orientar os comerciantes informais a não ficarem fixos nos locais de passeio, dificultando a passagem dos pedestres, bem como fazendo o reordenamento das áreas de grande concentração de ambulantes, como o Ponto de Cem Réis, Varadouro – incluindo o entorno do Terminal de Integração, Parque Solon de Lucena (Lagoa) e Paço Municipal.
Especificamente sobre as imediações da Integração, o secretário disse que no último mês de abril realizou uma atividade junto aos ambulantes, conscientizando-os e retirando-os do local. Para esse trabalho, os agentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano chegam mais cedo no local, montam tendas, que além de impedir a permanência dos ambulantes no local, servem para a realização de cadastro daqueles interessados em serem remanejados para mercados públicos ou shoppings populares, quando surgirem vagas.
Hildevânio Macedo antecipou que a Sedurb, em parceria com outros órgãos municipais, vai intensificar as ações de reordenamento das calçadas e combate a poluição visual e sonora na cidade.
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