CONVERSA POLÍTICA
Prefeito de Alhandra exonera servidores investigados em esquema com 'veículos fantasmas'
Os três servidores foram alvo da Operação Fuel Fraud, desencadeada, esta semana, pela PC e MPPB, para investigar um suposto esquema de fraude nas manutenções e nos abastecimentos dos veículos oficiais da prefeitura.
Publicado em 12/08/2023 às 11:35 | Atualizado em 12/08/2023 às 12:34
O prefeito de Alhandra, Marcelo Rodrigues, exonerou, nesta sexta-feira (11), os três servidores que foram alvo da Operação Fuel Fraud, desencadeada pelo Ministério Pública da Paraíba para investigar um suposto esquema de fraude na manutenção e no abastecimento de veículos oficias.
A questão é que esses veículos não estavam mais circulando pela cidade, não tinham motor e já eram sucatas. Os investigadores suspeitam que o grupo desviava dinheiro público e fraudou processos licitatórios.
Foram afastados da gestão municipal o chefe do controle de abastecimento do município, Kennery Ricardo Spencel Soares; o secretário municipal de transporte, Clóvis Ferreira da Silva Neto; o secretário adjunto de transporte, Luiz Lourenço da Silva Filho.
Na última quinta-feira (10), dia da operação, os três foram alvo de buscas e apreensões. O prefeito emitiu nota informando que iria instaurar procedimento disciplinar de apuração das condutas por parte dos servidores citados, sendo garantido a estes o regular contraditório e ampla defesa, como demanda a Constituição.
Ainda não conseguimos falar com as defesas dos servidores investigados.
Operação Fuel Fraud
A Polícia Civil da Paraíba e o Ministério Público, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR) e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/PB), deflagraram a Operação Fuel Fraud.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Policiais e promotores apontam para o desvio de recursos públicos, fraudes em procedimentos licitatórios, na manutenção e abastecimentos de veículos da prefeitura.
De acordo com a investigações, a prefeitura de Alhandra, Litoral Sul da Paraíba, pagou, por meio da Secretaria de Transportes, R$57 mil com a manutenção de veículos que não estavam mais sendo usados na frota oficial. Eles já haviam sido identificados, segundo os investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público, como sucatas.
De acordo com a polícia foi pago pela manutenção de um Ônibus Iveco, placa: NPX-5191, por exemplo, R$ 19 mil. Outros R$ 9 mil foram gastos com uma D-20 Custom, placa: MOB-1480, que há muito tempo não rodava nas ruas da cidade (veja fotos abaixo).
Foi pago também R$ 29 mil para manutenção de uma ambulância Renault Master, placa: QFF-8217, que não era mais usada.
Segundo a polícia, as investigações começaram em 2021 e os desvios passam, segundo a polícia, de R$ 1 milhão. Tudo começou depois da denuncia realizada pelo vereador João Sufoco de Alhandra, que identificou os pagamentos no Sagres do TCE para veículos que eram sucatas.
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