Já pensaram num ladrão de joias aposentado, charmoso e romântico? Coisa de cinema!

13 de agosto. Ontem, no domingo dedicado aos pais, lembrei de Alfred Hitchcock porque ele nasceu num 13 de agosto. Em 1889. Confesso, porém, que, nesse 13 de agosto de 2023, tive uma lembrança torta, inspirada no Brasil de hoje. Pois é. Voltei àquele que nem está entre suas obras-primas: Ladrão de Casaca. Explico: é sobre um ladrão de joias. E joias estão tão em evidência entre nós, brasileiros!

Os nossos ladrões de joias são homens do poder político, civis ou militares. Trapalhões, amadores, pelo menos quando tentam vender o que não lhes pertence.

O ladrão de joias de Hitchcock é outra coisa. Em primeiro lugar, participou da Resistência quando a França foi invadida pelos nazistas. Depois, está aposentado. Deixou de roubar.

Por último, o ladrão de joias de Hitchcock é charmoso e romântico. E é Cary Grant tentando conquistar Grace Kelly nos cenários onde, anos depois, ela seria uma princesa de verdade.

Falemos sério. Alfred Hitchcock dirigiu 53 filmes numa carreira de cinco décadas. De O Jardim dos Prazeres (1925) a Trama Macabra (1976). Ficou conhecido como Mestre do Suspense, mas a classificação é reducionista.

Era, na verdade, um mestre absoluto do seu ofício, tão grande quanto os maiores - um Ford, um Bergman, um Fellini - que o cinema conheceu. Cineasta da angústia e do medo - como foi muitíssimo bem definido por François Truffaut.

Hitchcock foi detratado pela crítica. Nele, diziam os críticos, os interesses comerciais sempre se sobrepunham aos méritos artísticos. François Truffaut - como crítico e depois como cineasta - reparou esse equívoco grosseiro. Entrevistou o mestre e, num livro incrível, mostrou ao mundo da cinefilia a exata dimensão de Hitchcock.

Em ordem cronológica, alguns grandes filmes que realizou:

O Homem que Sabia Demais (UK)

Os 39 Degraus

Rebecca

Sabotador

Um Barco e Nove Destinos

Quando Fala o Coração

Interlúdio

Festim Diabólico

A Tortura do Silênio

Disque M Para Matar

Ladrão de Casaca