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SAÚDE

Eris: o que se sabe sobre a nova variante da Covid-19 que chegou ao Brasil

Primeiro caso da nova alteração da doença no país foi confirmado nesta sexta-feira (18), no estado de São Paulo, em uma mulher idosa sem histórico de viagem para o exterior.

Publicado em 18/08/2023 às 16:52


                                        
                                            Eris: o que se sabe sobre a nova variante da Covid-19 que chegou ao Brasil
Nova variante do coronavírus preocupa a OMS - Foto: Agência Brasil

Em maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência de saúde pública internacional da Covid-19, o título mais alto de alerta da organização para alguma doença. No entanto, esse rebaixamento na classificação não fez com que a doença se tornasse secundária, muito por conta das variantes mais contagiosas que surgem ao longo do tempo.A mais recente subvariante que é motivo de atenção redobrada dos especialistas é a EG.5, ou Eris, descendente direta da ômicron.

Ela já é a variante que mais causa infecções por Covid-19 nos Estados Unidos e, nesta sexta-feira (18), teve o primeiro caso confirmado no Brasil, em uma idosa de 71 anos, sem histórico de viagem recente para o exterior. O caso foi confirmado na cidade de São Paulo, com sintomas iniciais apresentados no final do mês passado, em um hospital da rede particular. A paciente já está curada da doença.

Por conta disso, recentemente, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) chegou até a sugerir a possibilidade do retorno do uso de máscaras para a população considerada de risco, como idosos, imunossuprimidos e outros grupos.

Com esse cenário, o Jornal da Paraíba conversou com o infectologista Fernando Chagas, diretor do Hospital Clementino Fraga, centro de referência no tratamento para a doença na Paraíba. Ele falou sobre os riscos da subvariante, as diferenças com a ômicron e a possibilidade do retorno do uso das máscaras.

Eris

Segundo Fernando Chagas, a capacidade de infecção da Eris é maior que a sua descendente direta, a ômicron, por fatores relacionados a como o vírus se comporta dentro das células do corpo humano.

“A Eris traz fragmentos, com as mesmas características que a ômicron tem em relação aos vírus anteriores, inclusive o primeiro vírus que chegou aqui no Brasil. Mas ela tem uma diferença, que é uma alteração exatamente no receptor spike, que é onde o vírus entra”, explica.

O infectologista ressaltou que a capacidade maior da variante conseguir se acoplar no receptor spike ocasiona na chamada diminuição da força de neutralização da vacina, que também atua nesses receptores, no entanto, isso não significa que o imunizante não serve mais, pelo contrário.

“Em teoria, diminuiria o poder de neutralização da vacina, mas essa variante não vai fazer com que a vacina ‘se perca’ e que as pessoas vão ter a forma grave da doença se forem contaminadas, nada disso. Mas, a vacina bivalente, por exemplo, diminui em até 30% as chances de você, mesmo se tiver contato com o vírus, adquirir a doença”, chamou atenção o especialista para alertar sobre a importância da continuação da vacinação.

“Você evitar que 30% não apresente (evolução para forma grave), você diminui inclusive a circulação do vírus de uma forma muito brutal. Quem já está vacinado produz menos vírus, com uma carga viral menor, consequentemente circula menos, mas se você nem sequer tem sintomas, você transmite menos ainda”, disse.

Segundo explicou o infectologista, a própria vacina bivalente é um exemplo do aumento de proteção contra as variantes, já que é um imunizante feito com duas cepas do Coronavírus, e tem muita eficácia também contra a Eris. “Muito provavelmente se tiver contato com a Eris, vai pegar Covid-19, mas se tiver vacinado, não vai evoluir para forma grave (por conta da vacina). Estamos vendo no mundo o aumento de casos, mas não tem aumento de mortalidade e nem sequer de internação, então é a prova que a vacina está segurando bem”, contou.

Retorno do uso de máscaras

Além disso, o médico também falou sobre a possibilidade do retorno do uso de máscaras devido à nova variante de Covid-19. Segundo ele, apesar do alerta da SBI, momentaneamente não há a necessidade do retorno em massa do equipamento de proteção.

“É importante ressaltar o seguinte, que não há o risco de voltarmos a utilizar máscaras em massa, pelo menos não por enquanto, nada justificaria isso. Porém, a orientação de que as pessoas que estiverem com sintomas gripais, que elas usem máscaras, para não passar isso a frente.”, disse.

O especialista chamou atenção, ainda, para a Covid longa, mesmo sem a evolução para a forma grave. Ele relembrou que alguns dos sintomas do Coronavírus de forma estendida, mesmo após a cura, são graves, como queda de cabelo, apagão mental, descontrole de menstruação, ativação de doenças de base e outros.

Sintomas

Fernando também informou que não há sintomas considerados novos no aparecimento da subvariante Eris e que, assim como na ômicron, há principalmente o surgimento de problemas nas vias respiratórias superiores. Veja a lista abaixo.

  • Coriza
  • Tosse
  • Dor de garganta 

Por conta dos sintomas muito semelhantes, inclusive com outras doenças gripais, ele ressaltou a importância da testagem para saber com o que está sendo tratado.

O principal órgão que coordena a saúde no Brasil, o Ministério da Saúde, explicou, em nota, que monitora o aparecimento da Eris no Brasil, e ainda avalia mais informações sobre a linhagem do vírus.

Na Paraíba, não existe confirmação de casos da subvariante.

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Jornal da Paraíba

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