SAÚDE
Dois terços dos transplantes de coração de 2023 na PB foram realizados com menos de 30 dias de fila
De janeiro a agosto deste ano, foram realizados seis transplantes de coração, sendo quatro em menos de um mês de fila.
Publicado em 29/08/2023 às 14:31
Dois terços dos transplantes de coração feitos na Paraíba, em 2023, até esta terça-feira (29), foram realizados em pacientes que aguardaram menos de um mês na fila do SUS, segundo os dados da Central de Transplantes da Paraíba.
De 1º de janeiro a 29 de agosto, foram realizados seis transplantes cardíacos na Paraíba, com o seguinte tempo de espera na lista de transplantes:
- Menos de 30 dias: 4 pessoas
- De 30 a 90 dias: 1 pessoa
- De 3 a 6 meses: 1 pessoa
Segundo a diretora geral da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Carvalho, esse tempo de espera mais curto é o resultado de duas frentes de trabalho feitas pela equipe da Central no estado.
Primeiro que os profissionais de múltiplas áreas são treinados para fazer uma busca ativa nos hospitais e acompanhar a evolução dos pacientes que podem ser potenciais doadores. Em segundo lugar, também há o treinamento das equipes de assistência social dos hospitais para o acolhimento e a sensibilização das famílias dos pacientes que evoluem para morte encefálica no sentido de mostrar a importância da doação de órgãos”, disse.
De acordo com os dados da Central, o número de transplantes de coração feitos na Paraíba em oito meses, em 2023, já é o dobro do que foi feito em 2022, e dos seis transplantes feitos no estado este ano, quatro foram feitos no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, que é o primeiro serviço de saúde público do estado a realizar transplantes cardíacos. Até o ano passado, todos os transplantes, mesmo sendo feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aconteciam em unidades particulares.
Todos os transplantes de órgãos do país são feitos pelo SUS, seguindo uma lista única, e a definição da prioridade dos pacientes dentro desta lista segue critérios como a ordem cronológica de cadastro; a gravidade do quadro clínico; o tipo sanguíneo do receptor; o porte físico; e a distância geográfica em relação ao local onde está o doador”, explica Rafaela.
Além do transplante cardíaco, na Paraíba também foram feitos transplantes de outros órgãos, em 2023. No total, foram 169 transplantes, sendo:
- 120 de córnea
- 23 de rim
- 16 de fígado
- 6 de coração
- 4 de medula óssea.
Até esta terça-feira, a fila de espera de transplante de múltiplos órgãos na Paraíba é de:
- Córnea: 301 pessoas
- Rim: 167 pessoas
- Fígado: 19 pessoas
- Coração: 5 pessoas
Para ajudar a reduzir o tempo de espera destas pessoas na lista de transplante, a diretora da Central recomenda que a população demonstre, em vida, a vontade de ser doador.
Quando uma pessoa tem a morte encefálica confirmada, após um rigoroso protocolo que confirma a ausência de atividade cerebral, só a família do paciente pode autorizar, dizer o sim para a doação dos órgãos. Então quem tem interesse em doar órgãos não precisa deixar nada escrito expressando esta vontade, mas sim conscientizar a própria família sobre isso, sobre o desejo em realizar esse gesto de amor e sensibilidade que é a doação de órgãos”, completa Rafaela.
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