PLENO PODER
O enigma do Senado: quem foram os três paraibanos reeleitos desde 1945
Publicado em 05/09/2023 às 17:32
As últimas eleições para o Senado na Paraíba foram marcadas por derrotas acachapantes de lideranças políticas que, até então, eram consideradas 'imbatíveis'. Foi assim com os ex-senadores Cássio Cunha Lima - que perdeu a cadeira em 2018 - e Ney Suassuna, não reeleito em 2006.
Mas a lista de derrotas é muito maior do que se imagina e ultrapassa os limites da redemocratização vivida nos anos 80.
As razões para os fracassos são muitas, mas entre as principais estão o distanciamento do eleitorado em um mandato de 8 anos; baixa produtividade, em alguns casos; e a agenda do Parlamento, que afasta os senadores do cotidiano público dos Estados.
Apesar de histórico, o tema é atualíssimo.
É que, para 2026, dois dos atuais senadores paraibanos, Veneziano Vital (MDB) e Daniella Ribeiro (PSD), são potenciais candidatos à reeleição.
Resgate histórico
Uma pesquisa feita pelo Blog junto ao banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) mostra que, de 1945 até hoje, o Estado teve 27 senadores eleitos. Destes, apenas três conseguiram a façanha da reeleição.
Os reeleitos foram Rui Carneiro, Argemiro de Figueiredo e Humberto Lucena.
No caso de Rui ele foi eleito para o Senado em 1950. E depois conseguiu a reeleição em 1958, 1966 e 1974. Já Argemiro de Figueiredo foi eleito em 1954 e depois reeleito em 1962.
Os dois, registre-se, em momentos históricos bem diferentes do que temos hoje. Não havia o nível de informação e conscientização do eleitorado em torno do debate político; e parte dos mandatos de Rui aconteceu sob o Regime Militar, instaurado no país em 1964.
No caso de Humberto Lucena ele foi eleito pela primeira vez para o Senado em 1978. Em 1986, após o fim do período militar, voltou a conquistar uma das vagas. E já em 1994 foi mais uma vez reeleito. No Senado permaneceu até o seu falecimento, em 1998.
2026
A perspectiva em 2026 é de que dois dos atuais senadores paraibanos possam tentar derrubar mais uma vez o tabu da reeleição para a 'Casa'.
No caso de Veneziano, o emedebista já decidiu que irá para a disputa. Daniella ainda não definiu se buscará manter a vaga ou se abdicará da cadeira para apoiar o seu filho, Lucas Ribeiro (Progressistas), caso ele venha a assumir o Governo.
Fato é que o caminho para reeleição seguirá sendo um enigma. Acertar o passo entre a ocupação de espaços importantes em Brasília e a participação nos debates locais, nos temas de interesse do Estado, pode ser uma saída para desvendá-lo.
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