CONVERSA POLÍTICA
Com a bênção de Bolsonaro, Queiroga está com 'sangue nos olhos' para disputa em João Pessoa
Ao Conversa Política, lembrou que a coragem para "briga eleitoral" tem o mesmo DNA de quando aceitou ser ministro da Saúde, no meio da pandemia, na maior crise sanitária do país.
Publicado em 02/10/2023 às 19:27
"Político tem que ter coragem", foi o que disse o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL), sobre a disposição de ser candidato a prefeito de João Pessoa, em meio as disputas dentro do próprio partido.
Disputas internas que o cardiologista trata como algo distante, que não tem nada a ver com ele. E tem motivos: disse que ouviu do próprio ex-presidente Bolsonaro, nas várias conversas, a confirmação de que é o nome do PL escolhido para buscar o cargo de prefeito na capital paraibana.
Ao Conversa Política, lembrou que a coragem para "briga eleitoral" tem o mesmo DNA de quando aceitou ser ministro da Saúde, no meio da pandemia, na maior crise sanitária do país, que deixou mais de 700 mil mortos.
Com a bênção de Bolsonaro, Queiroga está com 'sangue nos olhos' para disputa. Em poucos minutos de conversa, é possível perceber que, além da vontade, ele já tem estratégia de 'ataque' e defesa do legado bolsonarista e para onde quer ir.
O ex-ministro lembrou que João Pessoa é estratégica para o PL porque os eleitores da cidade deram uma diferença pequena entre Lula e o ex-presidente, mesmo no Nordeste. Em tese, é um campo fértil do bolsonarismo.
Polêmica com o triunvirato
Disse, ainda, que não vai alimentar a polêmica com os colegas de partido, Nilvan, Cabo Gilberto e Wallber Virgolino, contrários a sua indicação, "de cima para baixo", para representar o bolsonarismo nas urnas.
Queiroga lembra que, como ex-ministro, está no primeiro escalão dos aliados de Bolsonaro. Ou seja, em um nível mais alto, onde estão Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Damares Alves, senadora.
Argumentos e projetos
O ex-ministro se empolga ao falar sobre sua gestão no ministério e disse que está disposto a "desmontar" as narrativas que apontam o governo Bolsonaro como culpado pelas mortes.
Usa, entre os argumentos, o avanço da vacinação, quando assumiu o comando da pasta e fragilidade do sistema de saúde do país, na época do início da pandemia.
João Pessoa
Afora as defesas da atuação, disse que tem muito a contribuir com o debate sobre a cidade de João Pessoa, entre os temas que está afiado estão os projetos de infraestrutura, mobilidade, revitalização do Centro Histórico e, claro, o sistema básico de saúde.
"A gente convive com desafios antigos, que não são resolvidos e com desafios futuros que necessitam de estratégias para resolver", afirmou Queiroga sobre revitalização do Centro por meio da transferência de serviços e reocupação.
No tema da saúde, lembra das ações enquanto ministro para fortalecer o Sus, destaca a importância do agentes comunitários de saúde, afirmando que são os olhos da gestão na área.
"Os agentes comunitários são os olhos e ouvidos do Sus na casa do cidadão brasileiro. Então, eles vão acompanhar se as pessoas estão tomando o medicamento correto, por exemplo", explicou.
E continua: "Qualquer perspectiva de melhoramento da saúde passa por melhorar a atenção básica. E como você melhora a atenção básica? Não é só construindo PSFs para Unidades Básicas (...) nós temos que investir nos recursos humanos, nas equipes de saúde da família (...) eu tenho que resolver 80% dos problemas das pessoas na atenção básica", afirmou.
Quando o assunto é mobilidade faz percursos históricos, lembra o trabalho de ex-prefeitos de João Pessoa, que, no seu ponto de vista, deixaram um legado, e outros que, para ele, pensaram pequeno e não contribuíram com a estruturação da cidade para o futuro.
"Falta de projeto, as coisas são resolvidas na base do puxadinho", criticou as ações de mobilidade.
Enfim, não espere um pré-candidato acuado por não ter sido testado nas urnas. Ao contrário, vem estimulado por ser a novidade na política de João Pessoa.
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