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SAÚDE

Vacina contra chikungunya: veja o que se sabe sobre imunizante do Butantan

Vacina contra chikungunya está na fase 3 de desenvolvimento. Ela deve ser submetida para a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no primeiro semestre de 2024.

Publicado em 15/11/2023 às 13:06


                                        
                                            Vacina contra chikungunya: veja o que se sabe sobre imunizante do Butantan
A female, Aedes aegypti mosquito obtaining a blood meal from a human host. Original image sourced from US Government department: Public Health Image Library, Centers for Disease Control and Prevention. Under US law this image is copyright free, please credit the government department whenever you can”.. rawpixel.com / Centers for Disease Control and Prevention (Source)

Uma vacina contra chikungunya está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa franco-austríaca de biotecnologia Valvena. Em estudos realizados no Brasil, a vacina induziu uma produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos adolescentes que participaram do estudo. O Jornal da Paraíba explica todas as informações disponíveis sobre a vacina.

Em qual etapa de produção está a vacina contra chikungunya?

A vacina desenvolvida pelo Butantan e pela Valvena está na fase três - de quatro fases - do ensaio clínico conduzida no Brasil, onde a vacina induziu a produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos adolescentes que integram o estudo.


				
					Vacina contra chikungunya: veja o que se sabe sobre imunizante do Butantan
Vacina contra Chikungunya vem sendo produzida pelo Instituto Butantan em Parceria com a empresa Valvena. Foto: divulgação/Mateus Serrer.. Vacina contra Chikungunya vem sendo produzida pelo Instituto Butantan em Parceria com a empresa Valvena. Foto: divulgação/Mateus Serrer.

Além disso, o imunizante também demonstrou um bom perfil de segurança, independente da exposição prévia ao vírus.

No ensaio clínico conduzido nos Estados Unidos, uma única dose da vacina da chikungunya induziu a produção de anticorpos neutralizantes em 98,9% dos participantes e se mostrou segura.

Onde a vacina contra chikungunya foi testada?

No Brasil, a vacina vem sendo testada em 750 adolescentes de 12 a 17 anos que residem em áreas endêmicas da comorbidade, sendo essas cidades:

  • São Paulo (SP);
  • São José do Rio Preto (SP);
  • Salvador (BA);
  • Fortaleza (CE);
  • Belo Horizonte (MG);
  • Laranjeiras (SE);
  • Recife (PE);
  • Manaus (AM);
  • Campo Grande (MS); e
  • Boa Vista (RR).

Segundo o instituto, entre os voluntários, 500 receberam uma dose única da vacina e 250 receberam um placebo.

Os resultados do Butantan são semelhantes aos obtidos pela Valvena na fase 3 dos Estados Unidos, que foram publicados em junho na revista The Lancet. Entre os 4 mil voluntários adultos e idosos de 18 a 65 anos, 98,9% produziram anticorpos, com títulos médios que atingiram 3.269,5, independentemente da idade.

Qual a segurança da vacina contra chikungunya?

De acordo com o Instituto Butantan, durante o período do estudo feito no Brasil, não foi identificado nenhum ponto de preocupação em relação à segurança da vacina.

Eles afirmam que a pesquisa sugere que o produto é seguro e bem tolerado, inclusive em participantes que já foram infectados previamente pelo vírus da chikungunya.

Efeitos colaterais da vacina contra chikungunya

Conforme o Butantan, a maioria das reações adversas produzidas pela vacina foi considerada leve a moderada e se resolveu em cerca de três dias.

Os efeitos mais comuns foram dor e sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, dor no corpo, febre e fadiga.

Em ensaio clínico nos Estados Unidos, onde a vacina já foi aprovada, o imunizante foi igualmente bem tolerado em adultos e em idosos. As reações mais relatadas foram:

  • Dor de cabeça;
  • Fadiga;
  • Dores musculares;
  • Dores nas articulações;
  • Febre;
  • Náusea; e
  • Sensibilidade no local da injeção.

Depois de seis meses da vacinação, a proteção ainda foi mantida em 96,3% dos voluntários, nos Estados Unidos.

Quando a vacina contra chikungunya chegará ao público?

O instituto afirma que os dados de segurança e imunogenicidade deverão ser submetidos para a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no primeiro semestre de 2024.

Além disso, por meio da parceria entre Butantan e Valvena, será possível produzir e disponibilizar o imunizante no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


				
					Vacina contra chikungunya: veja o que se sabe sobre imunizante do Butantan
Em estudos realizados no Brasil, a vacina induziu uma produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos adolescentes que participaram do estudo. Foto: divulgação/Mateus Serrer.. Em estudos realizados no Brasil, a vacina induziu uma produção de anticorpos neutralizantes em 98,8% dos adolescentes que participaram do estudo. Foto: divulgação/Mateus Serrer.

Nos Estados Unidos, a vacina contra a chikungunya foi aprovada para adultos na última semana pela Food and Drug Administration (FDA), tornando-se o primeiro imunizante autorizado para uso no mundo contra chikungunya.

Sobre a chikungunya

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus chikungunya já foi identificado em 110 países na Ásia, África, Europa e nas Américas. No Brasil, os casos aumentaram mais de 100% entre 2021 e 2022. Ainda não existe tratamento específico para a infecção.

Como prevenir chikungunya e outras arboviroses?

Segundo o médico infectologista Fernando Chagas, a primeira coisa a se fazer é evitar o vetor, ou seja, o mosquito responsável pela transmissão, que é o Aedes aegypti. Como podemos fazer isso? Combatendo o mosquito dentro de casa e no ambiente ao redor da casa, como no quintal, etc. “O mosquito voa até 200m de distância, então o mosquito que vai te causar a doença é o que tá ali no seu ambiente”, explica o especialista.

O mosquito põe ovos em água que duram de 7 a 10 dias para amadurecer, então se uma vez por semana você fizer a limpeza em casa e ao redor, já é o suficiente para evitar que o mosquito se prolifere perto de você.

O infectologista chama atenção para as calhas das telhas. “Muitas vezes as folhas bloqueiam que a água escorra pelas calhas. Então tire as folhas e o que tiver obstruindo as calhas”, explica. Outra dica é olhar atrás da geladeira, “às vezes fica água quando o gelo derrete. Lembre de tirar as tampas de garrafa, copos descartáveis e quaisquer objetos que possam permanecer com água parada por um tempo, basta trocar a cada uma semana”.

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Redação Jornal da Paraíba

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