CONVERSA POLÍTICA
Contadora do Padre Zé disse ao Gaeco que cheques de até R$ 200 mil eram sacados na boca do caixa
De acordo com os investigadores, nesse mecanismo financeiro, o cheque sacado era intitulado como a primeira saída de caixa, enquanto o valor em espécie (sacado) era a entrada de caixa.
Publicado em 17/11/2023 às 11:42 | Atualizado em 07/02/2024 às 12:04
Em depoimento ao Gaeco, na Operação Indignus, a contadora do Hospital Padre Zé informou que, com frequência, cheques assinados pelo Padre Egídio, ex-diretor da unidade filantrópica, e a ex-diretora, Amanda Duarte, eram sacados em dinheiro, na boca do caixa.
Os valores variavam de R$ 50 mil a 200 mil. O depoimento foi colhido na fase investigatória.
De acordo com os investigadores, nesse mecanismo financeiro, o cheque sacado era intitulado como a primeira saída de caixa, enquanto o valor em espécie (sacado) era a entrada de caixa.
"Pelos relatórios de contabilidade, não se foi possível constatar para onde ou para quem foram esses valores sacados em espécie das contas do Instituto São José. Ou seja, os representados adotavam esse modus operandi justamente para dificultar o paper trail", afirmou o MPPB no pedido de prisão.
"Côngruas e espórtulas"
De acordo com o Gaeco, na tentativa desesperada de se justificar esses desfalques das contas para os proveitos pessoais dos representados se criou uma nomenclatura dentro da contabilidade (uma nova espécie de rubrica) do Hospital Padre Zé de "côngruas e espórtulas".
A título exemplificativo, as saídas de dinheiro público para o patrimônio particular de EGÍDIO em 2021 foi de aproximadamente 1,9 milhão de reais e em 2022 foi de aproximadamente 1,6 milhão de reais", afirmou MPPB.
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