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SILVIO OSIAS

Tadeu Mathias sempre foi geraldiano

Publicado em 10/01/2024 às 6:27


                                        
                                            Tadeu Mathias sempre foi geraldiano

Tadeu Mathias (Foto/Reprodução) chegou à cena musical de João Pessoa na segunda metade da década de 1970. Dividiu o palco com Elba Ramalho, que ainda não era um nome nacional, no show Baião de Dois.

Era um belo rapaz, de cabelos longos e olhos irresistíveis tanto para as moças quanto para os rapazes da época. Cantava lindamente e se acompanhava muito bem ao violão.

Nas rodas de amigas e amigos, seduzia todo mundo quando cantava uma música chamada Dia branco, que ainda não havia sido gravada. Era uma parceria de Geraldo Azevedo com Renato Rocha.

Quando dividiu o palco com o compositor Ivan Santos e o percussionista Firmino num show que fez muito sucesso na João Pessoa do final dos anos 1970, Tadeu levava a plateia ao êxtase no momento em que, sozinho, fazia Dia branco. Uma performance arrebatadora para uma canção muito bonita.

A lembrança do Tadeu jovem cantando Dia branco confirma que o artista sempre foi geraldiano. Mais de quatro décadas depois, Geraldianas é o nome do álbum que Tadeu Mathias está lançando, todo dedicado ao repertório autoral de Geraldo Azevedo.

De lá para cá, Tadeu e Geraldo mantiveram relações profissionais e de amizade. Debruçar-se sobre as canções do compositor pernambucano é consequência desse vínculo. E um justíssimo tributo ao inspirado melodista e hábil violonista que Geraldo Azevedo é.

Geraldianas reúne 11 canções de Geraldo Azevedo. O coração já se rendeu é uma parceria de Geraldo com Tadeu. As outras 10 são sucessos, praticamente obrigatórias no set list dos shows do pernambucano.

Bicho de 7 cabeças, de Geraldo, Zé Ramalho e Renato Rocha, está no álbum Bicho de 7 cabeças, de 1979. Foi consagrada através do dueto de Geraldo com Elba Ramalho.

Dia branco e Coqueiros (parceria com Marcus Vinícius) são do disco Inclinações musicais, de 1981. Já Sabor colorido (Geraldo sozinho) é de Tempo tempero, de 1984.

O princípio do prazer (Geraldo sem parceria), Chorando e cantando (com Fausto Nilo) e Dona da minha cabeça (novamente Nilo) aparecem no álbum Deoutra maneira, de 1986.

Sétimo céu (com Fausto Nilo), Parceiro das délicias (com Capinan) e Tanto querer (com Nando Cordel) estão no álbum Eterno Presente, de 1988.

Tadeu Mathias fez a direção artística e musical e trabalhou com dois músicos – Janison de Carvalho e Junior Scooby – na gravação do álbum Geraldianas. Com Janison, dividiu os arranjos.

O repertório do álbum percorre nove anos da discografia de Geraldo Azevedo. Pode ser considerado o seu período mais criativo, de consolidação do seu sucesso e de conquista de um público muito fiel.

Tadeu Mathias mirou nesse período para tirar o seu retrato de Geraldo Azevedo. E o fez com amor e delicadeza, admiração e reverência.

Geraldianas é sensível fotografia do pernambucano Geraldo Azevedo tirada pelo paraibano Tadeu Mathias. Um tem lugar de fala para homenagear o outro.

Imagem ilustrativa da imagem Tadeu Mathias sempre foi geraldiano

Silvio Osias

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