VIDA URBANA
Clubes e associações reacendem a tradição nos bailes do Carnaval
Alguns grupos tentam manter viva a história de tradição dos carnavais.
Publicado em 05/02/2012 às 10:00
Um Carnaval luxuoso, marcado pelas festas em clubes, onde a sociedade se reunia para comemorar e dançar ao som das tradicionais marchinhas: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”. Quem não se lembra dessa música que atravessou gerações? Pois assim era o Carnaval na capital paraibana, entre os anos de 1920 e 1970.
O lança-perfume, o confete e a serpentina davam o cheiro e a cor dos bailes - respectivamente, sem esquecer das extravagantes fantasias que vestiam os mais animados. Toda essa tradição, entretanto, tem sido esquecida em João Pessoa, onde quase nenhum clube realiza mais os tradicionais e badalados bailes de Carnaval.
Alguns grupos, entretanto, tentam manter viva essa história. É o caso da promotora de eventos Roberta Aquino, que com a ajuda de amigas promove há 19 anos o 'Carnaval das Mulheres'. A festa reúne aproximadamente 300 senhoras da sociedade paraibana e dos estados vizinhos. “É nota dez, muitas fantasias, além de ser animadíssimo”, resumiu a organizadora.
Ela contou que a ideia de realizar o Carnaval surgiu em uma roda de conversa com as amigas, enquanto lanchavam em um badalado estabelecimento da capital. “Elas pediram que eu fizesse qualquer festa carnavalesca, porque na cidade não tinha mais o tradicional Carnaval. Organizamos uma tarde carnavalesca e daí tudo começou”, relatou Roberta, ao informar que durante os últimos dois anos tinha deixado de realizar a festa, mas em meio a muitos pedidos retomou o evento.
“Fazemos concurso de fantasias e temos produções belíssimas que não fazem vergonha frente aos trajes do Rio de Janeiro”, garantiu. “Quando tem o Carnaval das Mulheres eu sou a primeira da fila. Não falto mais nenhum, é luxo, uma fantasia mais linda do que a outra”, endossou a dona de casa Roziane Coelho, que há oito anos participa da festa.
Elas revelaram ainda que o desenho das fantasias fica por conta de renomadas estilistas e não há economia na hora de investir nas roupas. “Essa minha fantasia foi feita em 2006 e na época custou R$ 1.500”, revelou a empresária Nídia Azevedo, enquanto mostrava uma roupa de 'baiana estilizada', na cor rosa, repleta de lantejoulas, tule e muita pompa.
No apartamento de Roberta Aquino, localizado no bairro de Manaíra, na capital, as três amigas mostraram com entusiasmo as muitas fantasias que já vestiram nos anos de Carnaval. Além do brilho das roupas, os arranjos de cabeça são um charme à parte. “Eu adoro os arranjos de cabeça. A gente inventa o nome que quiser para as fantasias: deusa do Sol, das estrelas, por aí vai”, comentou Roziane, que vestiu uma fantasia de “Copa do Mundo” para ilustrar a matéria.
Ainda segundo Roberta Aquino, este ano, o Carnaval das Mulheres acontece no dia 14 de fevereiro, na Sonho Doce Recepções. A entrada fica por R$ 120, com comida e bebida inclusas.
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