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COTIDIANO

Ex-diretor da Braiscompany é transferido para o presídio do Serrotão, em Campina Grande

O homem foi preso em junho do ano passado na Argentina. Em dezembro de 2023, o acordo de extradição foi assinado, mas o suspeito só chegou nesta quarta-feira (31) no Brasil.

Publicado em 01/02/2024 às 18:30 | Atualizado em 01/02/2024 às 19:41


                                        
                                            Ex-diretor da Braiscompany é transferido para o presídio do Serrotão, em Campina Grande
Sede da Braiscompany - Divulgação/Braiscompany

Um diretor da Braiscompany, preso em junho do ano passado na Argentina, foi transferido para o presídio Serrotão, em Campina Grande, na madrugada desta quinta-feira (1). De acordo com a Polícia Federal, a polícia argentina entregou o suspeito nesta quarta-feira (31) às autoridades brasileiras e ele foi escoltado até ser preso no Serrotão, conforme decisão judicial.

A Polícia Federal informou que o homem foi preso em junho de 2023, em Puerto Iguazu, na Argentina, 11 dias após o alerta vermelho ser emitido pela Interpol. O alerta é para prisão com intenção de extradição.

Em dezembro de 2023, o acordo de extradição foi assinado e as informações foram publicadas no site do Ministério Público Fiscal (MPF) da Argentina.

O suspeito foi preso a partir de mandado expedido pela 4ª Vara Federal em Campina Grande/PB e é apontado como um dos diretores de empresa que captava investidores em criptomoedas com promessa de lucro de 8% ao mês. 


				
					Ex-diretor da Braiscompany é transferido para o presídio do Serrotão, em Campina Grande
Suspeito é apontado como ex-diretor da Braiscompany, segundo a Polícia Federal.

Operação Halving

A primeira fase da Operação Halving aconteceu em fevereiro de 2023. A Braiscompany é suspeita de movimentar R$ 2 bilhões em criptoativos nos últimos 4 anos, além de crimes contra o mercado financeiro e lavagem de dinheiro. Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, sócios da empresa, seguem foragidos até esta quarta-feira (6).

Segundo o g1 PB, o pedido de extradição foi entregue pela Polícia Federal brasileira e pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região ao Ministério das Relações Exteriores da Argentina.

No pedido, constavam detalhes da investigação que apontam o homem como operador financeiro do esquema, atuando como broker, o que permitiu que ele captasse e desviasse mais de R$ 4 milhões.

Vídeos postados no canal do YouTube da Braiscompany em que ele aparecia divulgando as operações comerciais da empresa serviram como provas de que ele atuava na divulgação do esquema.

Desde a prisão, o suspeito e os outros dois detidos estavam à disposição do Juizado Federal e do MPF argentino na cidade de Eldorado. O processo de extradição aconteceu conforme previsto na Lei 24.767, de Cooperação Internacional em Matéria Penal, e no Tratado de Extradição assinado entre Brasil e Argentina.

Segundo o Ministerio Público Fiscal, as instituições que analisaram o pedido de extradição concluíram que as investigações que deram origem ao pedido de extradição apontam indícios de crimes, conforme as leis de ambos os países, que são puníveis com a prisão com duração maior do que dois anos.

O acordo de extradição foi assinado pelo juiz titular do Juizado Federal de Eldorado, Miguel Ángel Guerrero.

Caso Braiscompany

A Braiscompany se envolveu em uma polêmica financeira com suspeita de atraso de pagamentos de locação de ativos digitais para clientes.

Denúncias feitas nas redes sociais deram início ao caso, que desde o dia 6 de fevereiro passou a ser investigado também pelo Ministério Público da Paraíba.

Idealizada pelos sócios Antonio Neto Ais e Fabrícia Ais, a Braiscompany é especialista em gestão de ativos digitais e tecnologia blockchain.

Os clientes convertiam seu dinheiro em ativos virtuais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela “locação” dessas criptomoedas.

Milhares de campinenses, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos, investiram suas economias pessoais sob a promessa de um ganho financeiro ao redor de 8% ao mês. É uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado.

Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas, em contas vinculadas aos suspeitos, sócios da Braiscompany, que estão foragidos.

Imagem

Grace Vasconcelos

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