VIDA URBANA
Cai número de pré-natal na PB
Dados do Ministério da Saúde apontam que 4.534 mulheres deixaram de fazer o pré-natal, através do Sistema Único de Saúde na Paraíba.
Publicado em 23/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 17:08
“Eu não entendo muito desse mundo da maternidade, então o pré-natal tem sido fundamental para, além de saber as condições de saúde do bebê, eu me informar e tomar conhecimento de tudo que preciso para cuidar bem da minha filha”, declarou Ingrid Kermelly, que tem 16 anos de idade, está grávida de oito meses e, aos três, buscou o serviço no Hospital Cândida Vargas, em João Pessoa. Ingrid está inserida no universo de mais de 20 mil mulheres que realizam o pré-natal na Paraíba.
Apesar da grande maioria das futuras mamães buscarem o serviço, dados do Sistema de Informação de Atenção Básica (Siab) do Ministério da Saúde (MS) apontam que 4.534 mulheres deixaram de fazer o pré-natal, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Sistema, o número de pacientes que buscaram o serviço no Estado caiu de 29.657 em janeiro de 2012 para 25.123 no mesmo mês deste ano, o que corresponde a uma redução de 15,2% nos atendimentos.
Do total de atendimentos realizados este ano na Paraíba, somente no mês de janeiro, João Pessoa foi o município que mais registrou o acesso de mulheres ao pré-natal, com 3.821 atendimentos, seguido por Campina Grande (1.652), Patos (1.061), Santa Rita (862) e Bayeux (626).
Para o médico obstetra e presidente da Sociedade de Ginecologia da Paraíba, Roberto Magliano, o pré-natal é de fundamental importância, tanto para mulher, quanto para o bebê. “São vários os benefícios, mas podemos destacar o aspecto psicológico como principal importância, orientando e preparando a mulher sobre o que está acontecendo com ela e com o corpo, para que possa ter um parto saudável, de modo que termine essa bela fase da vida de forma segura e protegida, com a garantia de saúde para si e para o bebê”, afirmou.
“Além disso, por meio do pré-natal há ainda a oportunidade de diagnosticar possíveis doenças que a mulher possa ter durante a gravidez e que pode ser tratada e acompanhada com maior rigor, o que permite a separação de dois grupos de mulheres, as de baixo risco - que são mais de 80% do total de grávidas, das que apresentam alto risco. Com o acompanhamento, existe a possibilidade dessa mulher ter a sua criança e sobreviver a essa situação, sem contar que o pré-natal é um serviço oferecido gratuitamente para toda população, através do SUS (Sistema Único de Saúde)”, completou.
A dona de casa Silvana Sousa e Silva, 20 anos, que está no sétimo mês de gestação, disse que planejou a chegada do primeiro filho e que por esse motivo iniciou o pré-natal logo no primeiro mês. “Eu descobri a gravidez bem no início. Busquei o PSF (Programa Saúde da Família) do Miramar para começar o acompanhamento e realizo os exames, aferição da pressão arterial e medição da barriga. É cômodo pra mim por ser perto de casa e não houve burocracia para ter acesso ao serviço, bastou os documentos pessoais e o exame de sangue que comprovava a gravidez. Com o pré-natal me sinto segura e confiante com a saúde do bebê”, relatou.
Segundo Roberto Magliano, pré-natal tem ainda a relação direta com a redução de mortalidade materna, fetal e no primeiro ano de vida da criança. Da década de 90 para cá, a mortalidade materna reduziu cerca de 40%, graças ao pré-natal”, enfatizou.
Ainda conforme os dados do Siab do MS, de janeiro a dezembro do ano passado, 350.584 paraibanas realizaram os atendimentos médicos e de enfermagem para conferir doenças e condições da gravidez, cujo acompanhamento se dá de forma sistemática.
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