COTIDIANO
Jogador do Corinthians presta depoimento por 8 horas sobre morte de jovem em SP
Advogado do jogador do Corinthians diz que resgate do Samu foi 'desastroso'.
Publicado em 08/02/2024 às 12:54
O advogado Tiago Lenoir, que representa o jogador do Corinthians Dimas Cândido Filho, declarou nesta quinta-feira (8) que o seu cliente não cometeu crime algum e que a morte da estudante de enfermagem Lívia Gabrielle foi uma fatalidade que, na sequência, foi acompanhada de falhas no resgate realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de São Paulo (Samu-SP). Ele classificou o resgate como "desastroso" e disse que se passou 1 hora e 30 minutos entre o momento em que o atleta telefonou para o 192 e a chegada da ambulância ao hospital.
Nessa quarta-feira (7), Dimas, que é paraibano, prestou depoimento na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher da Polícia Civil de São Paulo durante oito horas initerruptas. O advogado explica que o jogador deu a sua versão dos fatos e detalhou tudo o que aconteceu naquele dia.
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"Dimas não cometeu crime algum. Foi uma relação sexual consensual e com uso de preservativo. Não houve violência, introdução de objetos, nada. Houve uma fatalidade e, depois, problemas no resgate. Tudo o que ele falou poderá ser comprovado com base em laudos e nas imagens de segurança do condomínio", destacou.
Para ele, aconteceu uma sucessão de fatores que levaram à morte da jovem após o encontro com o jogador do Corinthians.
"O resgate demorou a chegar, depois os socorristas tiveram dificuldades em entrar no prédio porque os porteiros quiseram manter o protocolo padrão de identificação de visitantes e houve problemas no elevador. Para completar, a vítima foi carregada em um lençol pelos socorristas e chegou a cair no chão antes de chegar à ambulância. Quando ela chega ao hospital 1 hora e 30 minutos depois, já está bem debilitada", comenta.
Lenoir destaca ainda que a jovem teve uma laceração no lado esquerdo da parede da vagina e que, conversando com especialistas, é provável que houve o rompimento de uma artéria ulterina. Que, ao telefonar para o resgate, o atleta foi orientado a fazer massagens cardíacas na estudante e que fez isso durante 21 minutos, até a chegada dos socorristas.
Tiago Lenoir pondera que não cabe a ele fazer acusações contra quem quer que seja, mas diz que algumas perguntas precisam ser respondidas. "Eu não estou aqui para apontar erros, mas fica o questionamento se esses são os procedimentos padrões. Toda essa demora para o atendimento é natural? Do ponto de vista emergencial, como seria o protocolo para parar um sangramento como aquele?", questiona.
Jogador do Corinthians não é suspeito
O advogado enfatizou ainda que Dimas não é tratado como suspeito porque não há crime, e que a polícia trata o caso como "morte suspeita". E que o depoimento serviu também para comprovar que foi tudo consensual e sem violência. "Dimas detalhou em seu depoimento como eles se conheceram, as conversas pelas redes sociais, tudo o que aconteceu naquele dia", resumiu.
Dimas Cândido de Oliveira Filho tem 18 anos e é natural de João Pessoa. O meia integra o Sub-20 do Corinthians desde abril de 2023, quando foi contratado por empréstimo junto ao Coimbra.
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