COTIDIANO
Júri popular condena a 16 anos de prisão acusado de matar lutador de MMA em Cabedelo
O assassinato do lutador de MMA aconteceu em janeiro de 2015, após a festa de Réveillon de Cabedelo. Três suspeitos foram detidos em flagrante na época do crime, sendo dois adultos e um adolescente.
Publicado em 08/02/2024 às 20:56
Gustavo José Pereira Dias foi condenado, nesta quinta-feira (8), a 16 anos de prisão por matar o lutador de MMA Herisson Medeiros em janeiro de 2015. O júri popular foi realizado na 1ª Vara Mista da Comarca de Cabedelo.
O acusado foi condenado por corrupção de menores e homicídio qualificado, considerando motivo fútil e recurso que dificultou as chances de defesa. A juíza responsável foi a magistrada Thana Michele.
A defesa de Gustavo José afirmou que deve recorrer da decisão porque ela seria contrária às provas dos autos. Segundo o advogado Ítalo Oliveira, o acusado não seria o autor dos disparos e não era proprietário da arma. A defesa afirma que a arma pertencia ao adolescente envolvido no crime.
O julgamento do segundo réu envolvido no caso, Igor Matheus Feitosa Lopes, será realizado no próximo dia 29. De acordo com o Tribunal de Justiça da Paraíba, o Ministério Público trouxe novas informações relacionadas com o procedimento de ato infracional de um menor, que também está envolvido, por isso foi necessário o adiamento do julgamento.
Relembre o caso
O crime ocorreu em terreno baldio, próximo à orla de Intermares. O irmão do lutador de MMA Herisson da Silva Medeiros, contou que ele, Herisson, e a esposa do irmão tinham ido deixar os pais em casa e voltavam para a festa de Réveillon quando houve o crime.
Herisson teria tropeçado nos três acusados, que estavam agachados fazendo uso de entorpecente, sendo estes os dois réus e um menor.
Gustavo José teria se levantado e sacado uma arma, instante em que foi empurrado pela vítima. Em seguida, Igor Matheus e o menor gritaram “atira, atira", ordem que foi seguida por Gustavo José, que atirou quatro vezes contra Herisson da Silva.
Assim, segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Igor Matheus, junto com o menor, teriam instigado, induzido, incentivado o acusado Gustavo José a efetuar os disparos de arma de fogo, causando a morte da vítima.
“Meu irmão tropeçou, eu vi na hora que ele tropeçou. Quando eu me deparei com a situação, vi que eles estavam tendo um atrito verbal. Ele estava a um metro de distância. O suspeito realmente se equivocou, meu irmão viu quando ele se levantou. O suspeito então sacou a arma e fez toda a situação”, alegou o irmão.
O trio foi detido no mesmo dia do homicídio, no dia 1º de janeiro. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar, uma equipe da PM que estava na área onde o crime aconteceu. Os policiais escutaram um disparo de arma de fogo e foram ao local, conseguindo perseguir e prender os três suspeitos. A arma utilizada foi apreendida, um revólver calibre trinta e oito com cinco cápsulas deflagradas.
Os dois homens adultos, os estudantes Gustavo José Pereira Dias e Igor Matheus Feitosa Lopes, chegaram a ser presos no presídio do Roger, mas respondiam em liberdade após ter o pedido de prisão provisória revogado pela justiça.
De acordo com a defesa, tanto as testemunhas quanto o estudante e o adolescente que foi apreendido como suspeito contam que o outro jovem que foi preso é o responsável pelos disparos.
Herisson lutava há mais de dez anos, chegou a participar de competições importantes no MMA. Segundo a família, ele morou oito meses em Natal, treinando, e há dois meses havia voltado para João Pessoa para ficar mais perto da esposa e da filha de dez anos.
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