COTIDIANO
Incêndio atinge engenho produtor de cachaça em Areia
Bombeiros trabalham no combate ao incêndio no engenho.
Publicado em 10/03/2024 às 13:07 | Atualizado em 11/03/2024 às 8:57
Um incêndio de grandes proporções atingiu o Engenho Triunfo, na cidade de Areia, na manhã deste domingo (10). O estabelecimento, localizado no Brejo da Paraíba, produz cachaça e combustível.
Uma equipe da Polícia Civil informou que também vai ao local para fazer perícia. O procedimento deve identificar se o incêndio foi criminoso ou não.
História do Engenho Trinfo, que foi atingido por incêndio
O Engenho Triunfo foi fundado no ano de 1994 e é responsável pela fabricação da cachaça que tem o mesmo nome. O estabelecimento pertence ao casal Júlia Baracho e Antônio Augusto.
Antônio comprou a primeira moenda e o primeiro alambique com uma quantia que recebeu de herança. Depois, montou, com a mulher, o que se tornou um dos principais produtores de cachaça da Paraíba.
De acordo com Júlia, eles aprimoraram a produção somente no final da década de 90, quando o professor Fernando Valadares Novaes, pesquisador especialista na produção da bebida, ministrou um curso no Bregareia, festival de cachaça e rapadura que acontece na cidade de Areia.
“Daí em diante ele passou a fazer uma boa cachaça. Só que tivemos muitos gargalos, porque a nossa primeira cachaça foi engarrafada em garrafa PET e acabamos criando um grande estoque porque não conseguimos vender”, relatou.
Júlia Baracho passou então a trabalhar como Analista Eleitoral, o que proporcionou uma renda suficiente para que comprasse uma casa, no primeiro ano, e logo depois investisse na produção da cachaça. Foi a partir daí que mudou-se a embalagem e o rótulo da bebida, que faz referência a cidade onde é produzida. Em 2006, Júlia apostou na cachaça e abandonou o emprego para sair vendendo a Triunfo de bar em bar e a bebida ganhou o seu espaço a partir do trabalho e da história do casal.
Hoje, o Engenho Triunfo tem a Paraíba como principal mercado, mas também abrange os mercados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, além de alguns estados do Sudeste. Produz mais de 500 mil litros por safra e possui diversos produtos.
O processo de produção no engenho segue os passos tradicionais da fabricação da cachaça. A cana é cortada crua, em seguida passa por duas moendas para extrair o máximo do caldo, que é filtrado, decantado e levado para a sala de fermentação. Entre 20h e 24h depois, diz-se que foi produzido o vinho da cana-de-açúcar, que não é consumido porque é laxativo. O produto é levado para destilar no alambique e a partir daí virar a cachaça.
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