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VIDA URBANA

Agricultores rejeitam cisternas de plástico

Segundo os agricultores as cisternas de polietileno, além de mais caras, não permitem reparos e são mais vulneráveis a danos do que as feitas de placas.

Publicado em 25/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:42

O programa 'Água para Todos' do Governo Federal pretende entregar ainda este ano quatro mil cisternas de polietileno na zona rural do Sertão, Cariri e região da Borborema, mas agricultores estão recusando receber esse tipo de reservatório. A explicação é a inviabilidade da cisterna, que, segundo os trabalhadores do campo, trazem mais problemas que benefícios para quem precisa, uma vez que o reservatório produzido a partir de placas atende de forma mais eficaz em relação a sua concorrente.

Os problemas foram discutidos ontem durante o I Encontro de Agricultores Experimentadores do Polo da Borborema, realizado em Lagoa Seca, no Agreste paraibano. Os agricultores ratificaram que o posicionamento contrário ao programa do governo federal deve-se principalmente pelo alto custo do equipamento de polietileno, além delas não oferecerem possibilidade de conserto, serem vulneráveis ao derretimento de sua estrutura e aquecimento de água. Encontro reuniu 300 agricultores.

Para o coordenador do Polo e membro da comissão de recursos hídricos da Borborema, Nelson Ferreira, as cisternas de placas possibilitam um desenvolvimento maior e melhor da região, uma vez que ela gera movimentação econômica desde a sua construção até a sua utilização. Segundo ele, essa alternativa mantém a água em temperatura própria para o consumo, apresenta possibilidade de manutenção e universaliza o processo de construção dos equipamentos que podem ser feitos por qualquer agricultor, e não se concentra na produção de uma única empresa.

“A opção economicamente mais viável para a universalização é a cisterna de placas de cimento que tem um custo de R$ 2,2 mil, incluindo material de construção e todo processo de mobilização e formação. Já uma cisterna de polietileno custa R$ 5 mil, só com equipamento e instalação. Se fizermos as contas, 300 mil cisternas de polietileno custam aos cofres públicos R$ 1,5 bilhão, enquanto que o mesmo número de cisternas de placas custa R$ 660 milhões”, explica o coordenador.

DNOCS

Sobre o posicionamento desse grupo de agricultores em relação às cisternas de polietileno, o setor de engenharia do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) afirmou que foram feitos estudos que comprovam a eficiência dos aparelhos e que as instaladas este ano estão atendendo às necessidades dos camponeses.

Sobre o valor das cisternas de plástico doadas pelo governo federal, o Dnocs preferiu não se manifestar alegando que a aquisição é feita através de licitação e com um custo abaixo do que no mercado particular.

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Jornal da Paraíba

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