SILVIO OSIAS
Mestre do filme B, foi Roger Corman que descobriu Jack Nicholson
Reverenciado pelos cinéfilos do mundo inteiro, cineasta americano morreu aos 98 anos.
Publicado em 15/05/2024 às 7:49 | Atualizado em 15/05/2024 às 8:04
Morreu Roger Corman. O cineasta nascido em Detroit em 1926 estava com 98 anos. Ficou conhecido como o mestre do filme B.
Como produtor ou como diretor, Roger Corman era o cara dos filmes de baixo orçamento. Filmes muito bons, filmes muito ruins. Filmes de qualquer gênero. Pouco importava. Filmes - era isso o que ele sabia e amava fazer.
Quando a gente fala de Corman, a memória remete logo ao Edgar Allan Poe que ele levou para o cinema. O melhor momento dessas adaptações talvez tenha sido mesmo O Corvo, de 1963.
O Corvo de Corman não tinha muito de O Corvo de Poe, mas era incrível, ainda que tosco. E tinha Vincent Price, Peter Lorre e Boris Karloff no elenco. Além do jovem Jack Nicholson.
Jack Nicholson foi um dos grandes talentos descobertos por Corman. Nicholson, esse ator extraordinário que conquistou o estrelato na década de 1970 e se firmou como um dos maiores atores do seu tempo.
Mas houve outros. Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Peter Bogdanovich e, mais tarde, James Cameron, Tim Burton e Ron Howard - todos gratos a ele.
Corman era um descobridor de talentos. Para essa tarefa, sempre teve um faro especialíssimo.
Na extensa filmografia de Roger Corman, há dois momentos que muito me agradam: O Homem dos Olhos de Raio-X, de 1963, e Os Cinco de Chicago, de 1970. Ray Milland no primeiro. Shelley Winters no segundo.
Muita gente pode não valorizar Roger Corman porque, nele, a quantidade se sobrepunha à qualidade. Ou, simplesmente, porque ele era o cara dos filmes baratos.
Mas, do outro lado, há cinéfilos, atores e diretores que amam Corman e sabem exatamente a razão desse amor. Por esses, Corman sempre foi reverenciado. E havia motivos de sobra.
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