MEIO AMBIENTE
Morre Elefanta Lady, aos 52 anos, em Santuário no Mato Grosso
Em nota, Santuário informou que elefanta Lady morreu por eutanásia, após deixar de se levantar e de reagir.
Publicado em 16/05/2024 às 13:00 | Atualizado em 16/05/2024 às 16:13
A elefanta Lady, que viveu no Parque Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, e que havia sido transferida para para o Mato Grosso, morreu na noite desta quarta-feira (15) com aproximadamente 52 anos de idade. A informação foi divulgada pelo Santuário de Elefantes Brasil (SEB), onde Lady vivia desde 2019.
Em nota, o santuário informou que a elefanta morreu de eutanásia. Ela estava deitada e sem reagir desde a segunda-feira (13). "Durante todo o tempo em que ela ficou deitada, ela ainda estava lá mentalmente, mas parecia menos responsiva do que qualquer elefante que já vimos que ficou caído por qualquer período de tempo", diz o texto.
Lady sofria com doença inflamatória nas patas há pelo menos duas décadas, além de outras comorbidades. O animal foi resgatado de um circo e chegou à Bica de João Pessoa em 2014. No entanto, em 2019 ela foi transferida para esse santuário especializado em elefantes.
Durante os quase cinco anos em que viveu no santuário, os veterinários buscaram várias alternativas para tentar amenizar o estado de saúde de Lady e proporcionar uma vida com menos dor, mas há seis meses ela estava enfrentando uma crise inflamatória mais grave.
"Consultamos especialistas de todo o mundo sobre seus cuidados e tratamentos, desde zoológicos a santuários e instalações humanas e equinas; tentamos medicina tradicional, terapias complementares como laserterapia, homeopatia, trabalho energético, qualquer coisa para encontrar um remédio não prejudicial que pudesse lhe proporcionar algum alívio, mas sempre com sucesso limitado".
O texto destaca o comportamento único que Lady tinha. O corpo dela será colocado para descansar fora do limite do santuário, levando em conta que a elefanta sempre olhava com curiosidade para as colinas e vales além das cercas.
Ela era diferente de qualquer elefante que já encontramos e não esperamos ver outro como ela em nossa vida. Planejamos colocá-la para descansar fora das cercas do habitat, porque Lady estava sempre olhando para ver o que havia além da próxima colina, vale ou clareira gramada. Queremos homenagear a parte dela que queria uma vida que não a contivesse. Agora, seu corpo e seu espírito sabem exatamente isso.
A saga da elefanta Lady
Lady chegou ao Parque Arruda Câmara em 2014. Antes disso, a elefanta passou quase 40 anos realizando apresentações em circos e percorrendo o país em contêineres.
Em junho de 2019, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito civil para investigar a situação da condição de vida do animal, após denúncias e a elefanta derrubar a cerca de proteção e escapar de área protegida na Bica. Um laudo entregue ao MPF apontou que Lady corria risco de morte, afirmando que o animal estava com a doença que mais mata elefantes em cativeiro no mundo.
Assim, Lady viajou 3,2 mil quilômetros - cerca de cinco dias - até o Mato Grosso. Lá, ela teve uma grande área, assistência especializada e a convivência com outros elefantes.
Em 2021, Patricia London, médica veterinária americana especialista em elefantes do Santuário de Elefantes Brasil, afirmou que Lady estava aproveitando bem a vida no local e chegou até a interagir com outros animais.
"E ela gosta de jantar perto dos outros elefantes. Lady também foi vista recentemente compartilhando seu jantar com uma anta reabilitada chamado George, que também mora aqui no santuário", conta Patricia.
Na época, a veterinária definiu a elefanta Lady como doce, independente e brincalhona.
"Lady é uma elefanta doce e independente que definitivamente tem um lado brincalhão e está se tornando mais confiante a cada dia", explica Patricia London.
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