Cantora paraibana lança novo disco e 'vaza' faixas em site

André Cananéa
Do Jornal da Paraíba

Enfim Só, disco de estreia da cantora paraibana Gitana Pimentel, está disponível na internet desde a última segunda-feira (6). A própria cantora “vazou” o álbum para o Trama Virtual (http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/gitanapimentel) e lá, o álbum pode ser baixado gratuitamente. São onze faixas que transitam com desenvoltura pelo samba e o jazz, com produção bem cuidada e belos arranjos.

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“Inicialmente, a gente pensou em fazer um disco de samba-rock, ao estilo de Seu Jorge”, confidencia a cantora nascida em Patos e radicada em Campina Grande. “Mas aí, quando fomos compondo e escolhendo o repertório, as músicas foram ganhando uma cara mais jazzística, até porque os meninos que tocam na banda são do jazz e eu adoro esse tipo de múscia”.

Como o Jornal da Paraíba já havia adiantado, a cantora gravou músicas de compositores da região, abrindo apenas uma exceção: uma versão para ‘Rapaz folgado’, de Noel Rosa. Os paraibanos estão representados por Alquimides Daera e Ajalmar Maia (que assinam juntos ‘Jeito de viver’), Robson Bass (‘Coração de marfim’) e Andrey Hluchan (‘O Sapo’, ‘Encontros casuais’).

De Mossoró (RN), Gitana escolheu quatro canções de André da Mata: ‘Coração vagabundo’, dele com Kinho; ‘Leis do amor’, parceria com Zé Lima’, e ainda ‘A felicidade me sorriu’ e ‘De malando a bom moço’. A cantora também arriscou duas parcerias com André Victor Leite, músico, arranjador e produtor do disco: ‘Pra cima de mim’ e ‘Enfim só’. “Eu e André trabalhamos por um ano em cima desse disco”, informa.

O resultado começa a dar frutos, embora timidamente. “Minha música tem tocado muito no rádio... em Mossoró”, diz a cantora, referindo-se à faixa ‘A felicidade me sorriu”, que caiu nas graças de um DJ da cidade. “Mas a que mais toca por aqui é ‘Pra cima de mim”, acrescenta.

Satisfeita com o resultado, conta que Enfim Só é um disco para todos os públicos. “É um disco para quem gosta de jazz, mas também para quem gosta de pagode”, comenta. “É um disco chique, mas não é difícil. É um CD para teatro, mas também dá para tocar num churrasco”, compara a risonha cantora.

Gitana também lembra que em janeiro, quando abriu o show da cantora Ana Carolina no Estação Nordeste, nas areias da praia de Tambaú, em João Pessoa, ela fez, ali, um pré-lançamento desse novo trabalho. “Foi a primeira vez que eu cantei as músicas do disco”, encerra.

Produção independente

Gitana não vê a hora do CD físico chegar à praça. Diz que ainda não tem a data, porque por essa época, a prioridade da fábrica é com os CDs de forró. “Deve chegar lá para julho ou agosto”, arrisca. “Por essa época, eu fico parada”, brinca, referindo-se ao fato de fazer MPB numa terra dominada, sobretudo nesta época, por todo tipo de forró.

“Até agora eu não tive patrocínio de ninguém. Banco tudo sozinha, do disco às fotos, por isso é tudo muito difícil”, desabafa a cantora, que agora corre atrás de quem viabilize o show de lançamento do primeiro álbum da carreira.

O sonho é configurar um show para teatro, com produção caprichada, como as imagens de divulgação feitas em João Pessoa pelo fotógrafo Lucas Freitas. “Mas tenho o pé no chão: faria um show simples mesmo, só para pontuar o lançamento”, diz a cantora, acrescentando o desejo de lançar o CD em João Pessoa, Campina Grande e também em Patos, onde nasceu.