icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Comerciantes que vão ser retirados da área da Lagoa estão insatisfeitos

Ao todo 41 comerciantes instalados na Lagoa do Parque Solon de Lucena terão que ir para outros locais, definidos pela Prefeitura.

Publicado em 09/07/2015 às 9:06 | Atualizado em 07/02/2024 às 12:24

Após 13 anos de trabalho em um quiosque no Centro de João Pessoa, amanhã será o dia do comerciante Manoel Bonifácio terminar de retirar suas coisas e ir para um novo ponto definido pela Prefeitura. Ele é um dos 41 comerciantes instalados no local e o terceiro a sair para ter o quiosque derrubado devido às obras de revitalização do Parque Solon de Lucena. Apesar de alguns estarem com local definido, estes se dizem insatisfeitos e os demais afirmam ainda não saberem para onde deverão ser relocados.

Para Manoel Bonifácio, a sensação é de tristeza e insatisfação. Hoje, ele tem um quiosque que comporta 15 mesas de plástico com quatro cadeiras cada para o atendimento aos clientes, além de uma estrutura que o permite comercializar diversos tipos de alimento, com fogão para o preparo de comidas na hora e uma geladeira, para a conservação e refrigeração das bebidas. Segundo ele, seu novo ponto, que ficará no Mercado Central, tem espaço para apenas duas mesas e muitas das suas coisas ficarão apertadas.

“Eu escolhi esse ponto, mas escolhi porque foi o jeito. Essa saída, para mim, não foi bom, e sei que, tanto eu como os outros, seremos prejudicados”, disse, revelando que um dos seus colegas, que saiu do seu quiosque na última terça-feira, também para o Mercado Central, já está arrependido. “Já cimentaram o quiosque dele aqui e tudo e ele está lá, com o comércio fechado porque não tem luz. A família inteira chorou aqui retirando as coisinhas deles e agora estão lá sem poder trabalhar. Eu, mesmo tendo prazo até sexta (amanhã), só saio quando lá tiver luz e condições de trabalhar”, disse.

Essa questão, contudo, ainda é enigmática para o comerciante Joseildo Barbosa. Ele declarou que ainda não sabe para onde vai e revelou se sentir prejudicado, afirmando que preferia ser indenizado a ser colocado em um ponto que só dará prejuízos. “Eu trabalho aqui há três anos. Vim do Rio de Janeiro, vendi um comércio para ficar mais perto da família, que mora no interior. Comprei esse ponto por R$ 70 mil na época e agora vou ser colocado para um ponto em que não tenho clientela e terei bem menos espaço e oportunidade por aqui. E não sou só eu. Por aqui tem uns três familiares meus que estão nessa mesma situação”, declarou.

A cozinheira Francisca Sarmento trabalha há 18 anos em outro quiosque localizado no Parque Solon de Lucena. Segundo ela, grande parte dos comerciantes está apreensiva porque os anúncios feitos pela Prefeitura de que todos já têm um local para onde ir não são verídicos. “É muito bonito o secretário aparecer na televisão dizendo que a gente tem pra onde ir e a gente aqui, sem saber como vai ser o futuro. Isso não é verdade, e a gente precisa que isso seja definido e que a gente possa ir para um lugar que não traga só prejuízo”, comentou.

SÓ DOIS COMERCIANTES JÁ DEIXARAM A LAGOA
Conforme o secretário-geral da Associação de Quiosques da Lagoa, Garcez Filho, até o momento apenas dois comerciantes foram realocados e tiveram seus antigos quiosques isolados. Eles não foram destruídos porque estão ao lado de outros quiosques e todos deverão ser realocados antes da destruição. Ele afirmou que todos estão sensíveis a essa mudança, contudo não dá para prever se todos terão prejuízos, mas, caso se observe que a situação dos comerciantes está precária, a prefeitura se comprometeu em se sentar novamente com todos para reavaliar a situação.

“Eles nos prometeram que, se alguém estiver em situação ruim, vão rever e reabrir a mesa de negociações. Então nós da associação iremos monitorar para garantir que todos tenham a garantia do seu ganha-pão”, assegurou.

O secretário de Desenvolvimento Urbano, Hildevânio Macedo, garantiu que até o dia 30 de julho, todos os comerciantes da Lagoa serão relocados. “O processo será paulatino, à medida que os comerciantes procurarem a secretaria e assinarem o acordo de realocação, poderão realizar a mudança para o novo local e assim poderemos fazer a demolição dos quiosques. Os comerciantes serão realocados para praças, mercados e shoppings populares da capital”, comunicou.

OBRA TEVE INÍCIO COM DESASSOREAMENTO
De acordo com o assessor jurídico da Sedurb, Marcelo Santana, as obras de revitalização do Parque Solon de Lucena tiveram início com o desassoreamento da Lagoa, que retirou toneladas de conteúdos sólidos, permitindo a diminuição dos transbordamentos das águas em períodos chuvosos. Durante essa fase, foi construído um anel sanitário para impedir que esgotos clandestinos fossem depositados no local. Posteriormente, iniciou-se a construção de um túnel que ligaria a Lagoa a um túnel já existente, que levará as águas da Lagoa para o Rio Sanhauá, em épocas de transbordamento. Este está em fase de conclusão.

Atualmente, estão sendo realizados trabalhos de alargamento do anel externo da Lagoa, que ajudará na mobilidade hoje e servirá, no futuro, como via exclusiva para os Bus Rapid Transit (BRT). As próximas etapas da obra estão em licitação, são elas: a construção de um muro de contenção interna da Lagoa e a parte de reurbanização e requalificação do parque, que fechará o anel interno, deixando-o exclusivo para a prática de esportes e para o convívio familiar, com bares temáticos e espaços para contemplação da natureza.

Todo o projeto de revitalização do Parque Solon de Lucena foi orçado, inicialmente, em mais de R$ 40 milhões, contudo, após alterações exigidas por órgãos de proteção ambiental na parte urbanística do projeto, ele deverá custar pouco mais de R$ 30 milhões. A previsão é de que fique pronto no primeiro semestre do próximo ano. (Colaborou Secy Braz)

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp